Uma nova realidade: HUST incorpora atendimentos da ala Covid-19 à rotina hospitalar

Foram ao todo, 5430 atendimentos na ala, entre consultas e internações.

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Foram dias difíceis. Uma batalha contra um inimigo desconhecido e altamente letal. Houve momentos em que muitos daqueles que estavam na linha de frente chegaram a pensar que a Pandemia da Covid-19 jamais daria trégua, mas, dois anos depois uma nova realidade se apresenta. Diante disso, o Hospital Universitário Santa Terezinha (HUST), que foi pioneiro na região nas adequações e instalação de uma ala covid, finalmente, pôde incorporar os atendimentos à rotina hospitalar.

De acordo com o Diretor Geral do HUST, Alciomar Antonio Marin, desde dezembro o Ministério da Saúde desabilitou os leitos de UTI Covid e as enfermarias dessas alas. Em Santa Catarina, os espaços ainda foram mantidos até o final de fevereiro e, a partir do mês de março, os atendimentos estão sendo direcionados para alas isoladas do hospital sem a especificação de ala covid-19.

Para garantir a segurança dos pacientes que vêm ao hospital, o atendimento de acolhida e classificação ainda é separado e segue as medidas e protocolos de segurança necessários. As internações de pacientes com covid, sejam em enfermaria, ou uti, foram movidas para leitos (de enfermaria e UTI) que são de isolamento e que já existiam no hospital, afinal, rotineiramente há casos de quadros clínicos, que necessitam separação das demais alas durante o tratamento.

— Queremos deixar claro que não é porque não teremos mais ala covid que os pacientes com essa doença não serão mais atendidos. O que ocorre é uma reestruturação. Estamos mais uma vez nos adaptando e manteremos todos os protocolos que essa doença exige — afirmou o diretor do HUST, professor Marin.

Do caos ao alívio: um misto de sentimentos

Quando as primeiras notícias sobre a Covid-19 surgiram no mundo havia incerteza de que o vírus chegaria ao Brasil. Com o registro dos primeiros casos, o HUST se adiantou e iniciou reuniões para que fosse possível se preparar para possíveis atendimentos. Não deu outra. A pandemia se instaurou e a antecipação do hospital, que em tempo recorde remodelou sua estrutura e instalou a primeira ala covid-19 da região Meio-Oeste, foi responsável por salvar muitas vidas.

— A atuação ao longo destes dois últimos anos dentro da UTI e da enfermaria covid foi certamente o maior desafio da minha vida profissional. Foram anos de extenuação física e mental, com breves vitórias dentro de uma triste rotina de perdas. O que nos fez atravessar por tudo isso, certamente, foi o apoio que todos os membros da equipe sempre deram uns aos outros. Sou extremamente grato a todos que atuaram nessa época difícil e que colaboraram para que tantas pessoas pudessem voltar para suas famílias, frente a uma doença tão grave, que tirou tantas vidas. A esperança que fica agora é que a vacinação mantenha essa doença controlada e que alas e utis covid não voltem a ser necessárias — afirmou o coordenador da ala Covid-19 do HUST, doutor João Rogério Nunes Filho.

Foram ao todo, 5430 atendimentos na ala, entre consultas e internações. O trabalho foi intenso e árduo exigindo dos profissionais, além de conhecimento técnico, dedicação além dos limites. E, agora, são muitos os sentimentos ao lembrar tudo que foi enfrentado.

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— No início foram momentos de apreensão e incertezas, pois conhecíamos a doença apenas por meio do que líamos ou ouvíamos. E nessa fase o que mais me marcou foi o senso de responsabilidade e de união dos profissionais que voluntariamente passaram a estudar e pensar a forma mais adequada de iniciar esse enfrentamento. Durante os piores momentos da pandemia ficou a lembrança da exaustão física e psicológica, o receio de faltar leitos e ventiladores, e em especial a recordação de pessoas próximas que lutaram muito e sobreviveram, mas também a tristeza pela perda de seres queridos que também lutaram, mas não venceram a batalha. Ver o fim da pandemia se aproximar, traz luz e esperança. Os dias futuros jamais serão como antes, pois aquilo que foi vivido nesse período transformou a forma de enxergarmos a vida e o conceito do que realmente importa — comentou o fisioterapeuta Antuani Baptistella.

O desejo é por dias melhores, sem esquecer que é preciso estar sempre pronto, seja qual for a necessidade.

— Chegamos em um momento muito especial, sonhado e esperado por todos. Foram dois anos intensos, de medos, angústias e inseguranças, mas sempre com o apoio e união de todos os profissionais fizemos o nosso melhor para enfrentar essa inesperada pandemia, que colocou em risco e levou muitas vidas, hoje o sentimento é de gratidão, de alegria e alívio por vencermos esta luta, nos deixando mais unidos e muito mais fortes — afirma a Gerente de Enfermagem, Simone Pirola.

— Houve por diversas vezes medo, insegurança e incertezas, e momentos que chegamos à beira do colapso de nossa capacidade, mas, sempre a superação prevaleceu. Hoje vivemos uma nova situação com perspectivas muito melhores de reestruturação e retomada de projetos para melhorar a qualidade do atendimento ao paciente e ampliar nossos serviços. Entretanto, nos mantemos sempre vigilantes para qualquer reviravolta no cenário da pandemia, mas certos de um futuro promissor pois contamos com uma equipe de muita garra — reiterou o diretor-técnico do HUST, doutor Júlio Egger.

O diretor-geral do HUST professor Alciomar Marin, em nome desses que representaram alguns dos setores com seus depoimentos nesta reportagem, fez um agradecimento a todos os profissionais do hospital, que independente da função realizada, estando na linha de frente, ou não, foram fundamentais para que o hospital pudesse atender a ala covid mas, também manter os demais setores em funcionamento durante toda a pandemia.

— O trabalho foi desempenhado com muita responsabilidade, comprometimento e entrega por parte de todos os profissionais do HUST. Nossa eterna gratidão pelo modo como se doaram intensamente nesse período. Ficou nítida a vocação que cada um tem em trabalhar na saúde e no cuidado com os pacientes que por aqui passam — finalizou Marin.

Fonte:

Alessandra de Barros/Ascom

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