Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) informam que cerca de 270 milhões de trabalhadores de todo o mundo sofrem anualmente lesões graves ou mortais ocasionadas por acidentes de trabalho. Destes, 2,2 milhões perdem suas vidas por esta causa.

No Brasil, somente em 2006 503.890 acidentes do trabalho foram registrados pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) e dados oficiais da Previdência Social dão conta de que entre 2000 e 2008 foram registradas 25.484 mortes por acidentes de trabalho, o que corresponde a uma média de mais de 2,8 mil mortes por ano. O número de registros de doenças ocupacionais feitos por meio do Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário (NTEP) – mecanismo que permite relacionar determinada doença às atividades profissionais desenvolvidas pelo paciente – foi de 144 mil somente em 2007, quando o NTEP entrou em vigor, e vem crescendo a cada ano. Se considerar que a População Economicamente Ativa (PEA) brasileira é de cerca de 87 milhões de trabalhadores e apenas 27 milhões e 300 mil pessoas possuem empregos formais regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (cerca de 1/3 da PEA), pode-se concluir que o número real de pessoas acometidas por acidentes e doenças ocupacionais é muito maior do que mostram os registros citados acima e a maioria dos trabalhadores brasileiros expostos a situações de risco e é alijada de qualquer auxílio ou atendimento por parte do poder público. Esse e outros aspectos relacionados às doenças e acidentes de trabalho serão discutidos durante o Seminário em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho, que ocorrerá em Joaçaba na próxima quinta-feira, dia 28 de Abril, data reconhecida como o Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho. O Seminário ocorrerá no Teatro Alfredo Sigwalt a partir das 19h, contando com o apoio de 20 entidades que têm sede ou atuação em Joaçaba e a participação de trabalhadores, empresários, estudantes e representantes sociais do município e da região. Com o slogan “O trabalho pela vida – não a vida pelo trabalho”, a programação compreenderá uma palestra com o especialista em Segurança e Medicina do Trabalho Victor Luiz Crespi e uma mesa redonda com a participação de representantes do Ministério do Trabalho e Emprego, do Ministério da Previdência Social, do Serviço Social da Previdência Social, do Ministério Público do Trabalho, da Gerência da Saúde do Trabalhador em Santa Catarina, dos sindicatos de trabalhadores e patronais, do Controle Social do Sistema Único de Saúde e da Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc). Ao final, a programação compreenderá também a instalação da Comissão Intersetorial de Saúde do Trabalhador (CIST) – órgão de âmbito municipal que tem por objetivo assessorar o Conselho Municipal de Saúde no acompanhamento dos temas relativos à saúde do trabalhador – e a entrega de uma moção ao representante do Ministério do Trabalho e Emprego, documento que conterá uma manifestação dos sindicatos dos trabalhadores a respeito da atuação deste Ministério na região. Movimento 28 de Abril Além das entidades que estarão representadas na mesa redonda prevista na programação da próxima quinta-feira, participam da organização ou são apoiadores do Seminário 12 sindicatos de trabalhadores ou patronais; a Secretaria Municipal e o Conselho Municipal de Saúde, a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina e a Associação dos Aposentados e Pensionistas da Previdência Social de Joaçaba, Herval D'Oeste e Luzerna. A partir do Seminário, essas entidades pretendem continuar articulando ações que promovam a discussão e o posicionamento da sociedade a respeito da saúde do trabalhador, acidentes e doenças ocupacionais.