SC teve média de 15 denúncias de violência contra a mulher por dia nos últimos cinco anos

Foram 28 mil casos registrados nesse período, conforme Dive. Vítimas são de todas as idades, com tipos diferentes de violência.

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Imagens: Foto: divulgação G1 SC
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Santa Catarina teve 28.076 registros de violência contra a mulher nos últimos cinco anos, apontou levantamento inédito da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive). Entre 2018 e 2022, a média foi de 15 denúncias por dia.

As vítimas são de todas as idades, e o tipo de violência cometido contra elas varia conforme a faixa etária. Veja alguns indicadores:

  • Entre crianças e adolescentes, a violência sexual é a que mais é registrada;
  • A agressão física tem a maior incidência entre mulheres com idade entre 20 e 49 anos;
  • Já idosas, com mais de 70 anos, sofrem principalmente violência financeira.

O documento, ao qual a NSC teve acesso, traz também informações a respeito do perfil das vítimas no estado e a concentração da violência em cada regional de saúde.

Os dados da Dive foram levantados por meio da Gerência de Análises Epidemiológicas e Doenças e Agravos Não Transmissíveis.

Para fazer o estudo, foi usada a base de dados de violência interpessoal do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). A coleta foi feita em julho de 2023, com dados de janeiro de 2018 a dezembro de 2022.

O que diz o estudo

De acordo com o levantamento, a violência física foi a mais frequente em Santa Catarina nos últimos cinco anos. Ela representa 54% dos casos analisados, com 15.230 vítimas.

Em relação à violência sexual, a cada 100 mil jovens de 10 a 14 anos, 221,2 foram vítimas. Entre crianças de zero a nove anos, a taxa é de 101,3, e de 15 a 19 anos, de 79,8.

Os companheiros aparecem no levantamento como sendo os principais agressores de mulheres no estado. Eles representam 50% dos casos. Em seguida vêm mãe (42,4%), pai (31,1%), amigo (26,3%) e desconhecido (24,2%).

Como um caso pode ter mais que um agressor, os números são superiores a 100%.

Mulheres com baixa escolaridade são a maior parte das vítimas

O levantamento também traz dados quanto à escolaridade das mulheres em situação de violência. Em 35,8% dos casos, as vítimas tinham frequentado no máximo até a oitava série. Já as mulheres com ensino superior representam 5% das situações.

“O perfil encontrado em SC vem de encontro com a afirmação de Caicedo e Cordeiro (2023), de que melhores condições educacionais estão intimamente relacionadas com melhores posições econômicas, sendo que ambas influenciam diretamente na exposição à violência. Ferreira et al. (2020), mencionam que a população feminina com baixo nível de escolaridade apresenta maior risco de sofrer violência devido ter maior dificuldade para perceber a situação vivenciada como uma forma de violência, além de ter menor acesso à informação sobre seus direitos”, diz o estudo.

Como pedir ajuda em Santa Catarina

  • WhatsApp da Polícia Civil: (48) 98844-0011
  • Delegacia virtual: delegaciavirtual.sc.gov.br
  • Disque 100 ou através do número 182
  • Polícia Militar: 190



Fonte:

G1 SC

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