SC registra casos de febre do Oropouche pela primeira vez na história
Doença é transmitida por mosquitos como maruim e pernilongo.
Santa Catarina registrou os primeiros casos da história do estado de febre do Oropouche, divulgou a Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive/SC) nesta sexta-feira (26). Os pacientes são de Botuverá, no Vale do Itajaí.
A doença tem sintomas parecidos com os da dengue e é transmitida por mosquitos, principalmente Culicoides paraensis, conhecido como maruim e responsável por um decreto de situação de emergência em Luiz Alves, na mesma região, e o Culex quinquefasciatus, chamado popularmente de pernilongo.
Como esses insetos se reproduzem em locais com matéria orgânica, ao contrário do Aedes aegypti, que precisa de água parado, o controle populacional desses mosquitos é mais difícil.
“Nesse momento, a orientação para as pessoas é manter o seu quintal limpo, manter medidas de proteção individual, telas em janelas, uso de repelente, enfim, para evitar a picada do mosquito, disse o diretor da Dive/SC, João Augusto Fuck.
Também há recomendações específicas para os moradores do município dos casos confirmados. “Para as pessoas que residem no município de Botuverá, a orientação é que mantenham acompanhamento no serviço de saúde, os profissionais estão sensibilizados”, completou o diretor.
Pacientes em Botuverá
Em Botuverá, a confirmação da doença ocorreu na quinta-feira (25) através de exame laboratorial. Os pacientes apresentaram sintomas entre 10 e 15 de abril.
Após a coleta de amostras que mostraram não se tratar de dengue, foram encaminhadas amostras para diagnóstico da febre de oropouche. Os pacientes têm entre 18 e 40 anos e não há histórico de deslocamento para fora do estado, conforme a Dive.
Estado e município já iniciaram a investigação epidemiológica e vão desenvolver uma série de ações complementares no local.
Entre elas, pegar as informações sobre casos suspeitos e confirmados, coleta de mosquitos e encaminhamento de amostras de outros pacientes para testagem pelo Laboratório Central de Saúde Pública de Santa Catarina (Lacen), com o objetivo de fortalecer a vigilância da doença.
Febre do Oropouche
Conforme o Ministério da Saúde, a Febre do Oropouche é causada por um arbovírus. Os sintomas são parecidos com os da dengue e da febre de chikungunya. São eles:
- dor de cabeça
- dor muscular
- dor nas articulações
- náusea
- diarreia
Não existe tratamento específico. Os pacientes devem permanecer em repouso, com tratamento dos sintomas, e ter acompanhamento da rede municipal de saúde, conforme a Dive. A doença começou a ser registrada no Brasil em 1960 e ocorria mais no Norte do país, de acordo com o diretor da Dive/SC.
Emergência por causa de maruim em Luiz Alves
Outra cidade do Vale do Itajaí, Luiz Alves, a cerca de 80 quilômetros de Botuverá, decretou situação de emergência por causa do aumento da população de maruins. O decreto foi feito em 27 de março. Os moradores do município relatam desconforto devido às picadas do inseto.