Santa Catarina tem redução significativa dos índices de criminalidade em 2018
Dados da SSP/SC demonstram menos roubos, latrocínios e homicídios no estado.
Até 19 novembro, na comparação com o mesmo período do ano anterior, a queda nos homicídios foi de 19,8%, e a diminuição nos roubos chegava a impressionantes 33%. Os latrocínios — roubos seguidos de morte — também tiveram redução de 32%.
O ano de 2018 apresenta dados e reduções significativas em indicadores na segurança pública. Ocorrida no início do ano, logo após a posse de Eduardo Pinho Moreira como governador de Santa Catarina, a mudança na cúpula da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) marcou também o começo de uma inversão na curva dos índices de criminalidade. Enquanto os anos anteriores haviam sido de alta no número de homicídios e roubos, 2018 apresenta reduções significativas nesses mesmos dois indicadores. Até 19 novembro, na comparação com o mesmo período do ano anterior, a queda nos homicídios foi de 19,8%, e a diminuição nos roubos chegava a impressionantes 33%. Os latrocínios — roubos seguidos de morte — também tiveram redução de 32%.
O secretário Alceu de Oliveira Pinto Júnior, no cargo desde fevereiro, é o responsável pelas táticas que levaram à melhora dos índices. Ele conta que, ao assumir, foi feito um planejamento com base no cenário da época e no panorama com o qual gostariam de trabalhar no fim do ano. Com esta base, foram montadas estratégias de curto, médio e longo prazo, usando três premissas fundamentais: inovação, inteligência e tecnologia.
“Em decorrência das ações que foram planejadas e com um trabalho muito grande de inteligência, nós conseguimos fazer a integração das operações. Não existe mais a operação pela operação. Cada uma faz parte de um conjunto que busca determinados resultados. É isso que nós temos alcançado com esses índices de sucesso”, diz o secretário.
O maior estímulo à inteligência, diz o secretário, também possibilitou às forças de segurança realizar operações mais certeiras, com alvos específicos e prisões mais qualificadas, como a de grandes fornecedores de drogas e armas de organizações criminosas que atuam no Estado:
“A apreensão de armas pesadas cresceu e muito em função da estratégia utilizada. Não se despreza o pequeno delinquente, mas vai se buscar o fornecedor do fornecedor de um local que vende droga. É um elemento mais bem armado e protegido. O resultado é uma prisão muito mais qualificada, por isso a apreensão maior de fuzis e armas de grosso calibre”.
Outra figura essencial para a redução dos homicídios e roubos foi o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Araújo Gomes. Na avaliação do militar, o investimento para aumentar a capacidade operacional da corporação foi primordial para o alcance de melhores resultados. Além disso, as forças de segurança passaram a focar essencialmente em três indicadores – mortes violentas, roubos e furtos -, o que permitiu que a atuação se tornasse mais efetiva.
“Nós subimos o olhar da gestão e passamos a tratar a Polícia Militar como uma força estadualizada, fazendo grandes movimentações de tropa para a realização de operações onde elas eram mais necessárias, segundo os indicadores”, opina o coronel.
Combate ao crime organizado
Ao definir quais estratégias seriam utilizadas para diminuir a violência, os líderes da Polícia Civil e da Militar chegaram a um consenso de que só seria possível mediante uma atuação firme contra o crime organizado. Uma das operações com esse intuito foi intitulada “Sufoco”. É o que explica o comandante Araújo Gomes:
“A estratégia do sufoco foi onde nós interagimos e nos integramos com a Polícia Civil na busca de lideranças do crime organizado, paióis de armas e nas grandes apreensões de droga. Tudo isso com o objetivo de descapitalizar esses criminosos e as suas quadrilhas”.
Outra operação realizada no período foi chamada de Ferrolho, com o intuito de manter um controle do perímetro do Estado. Por meio de um levantamento da inteligência, foram levantados os principais pontos de entrada e saída do Estado e realizado um trabalho para que o isolamento, quando necessário, ocorresse no menor tempo possível, sempre em parceria com as forças de segurança do Rio Grande do Sul e do Paraná.
Responsabilização de atos criminais
Para o delegado-geral da Polícia Civil, Marcos Ghizoni, a integração das forças teve papel de destaque para que os resultados fossem alcançados. Ele lembra que foram feitas algumas operações com a prisão de mais de 100 pessoas. Ele explica que, tão importante quanto as prisões em um primeiro momento, a responsabilização criminal é essencial para que o trabalho seja completo. É nesse ponto que entra o trabalho da Polícia Civil.
“O foco principal é mostrar para a sociedade que aquele que comete o crime tenha a sua responsabilização. Ou seja, o Estado perdeu naquele momento (ao não conseguir evitar o crime), mas temos que fazer que isso custe um preço tão grande que não tenha valido a pena cometer aquele crime”, diz Ghizoni.
Ainda sobre o combate ao crime organizado, Ghizoni explica que as prisões em grande escala também ajuda a enfraquecer as organizações, uma vez que os crimes comuns ocorridos em ruas ou residências tiveram queda significativa e ajudam a enfraquecer financeiramente o tráfico.
Estratégia para o futuro
Embora o resultado ao longo de 2018 venha sendo efetivo, a SSP também pensa em estratégias de longo prazo para uma queda contínua dos indicadores de violência. Foi com isso em mente que foi elaborado o Plano Estadual de Segurança, com políticas até o ano de 2028. Na opinião do secretário Alceu de Oliveira Pinto Júnior, trata-se de um guia para os futuros gestores da pasta.
“Essas estratégias continuadas, que já dão resultado nesse período de governo, poderão ser replicadas nos anos seguintes, diminuindo ainda mais os índices e mantendo os outros em patamares aceitáveis”, afirma.