Referência em doação de órgãos, SC quer ultrapassar país europeu com menor taxa de rejeição do mundo

Em Joaçaba, já foram oito captações de órgãos neste ano.

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Foto: Patrick Rodrigues, Arquivo Santa
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Santa Catarina é referência nacional quando o assunto é transplantes de órgãos. Resultado de uma política de saúde de Estado e da dedicação de muita gente. Quinze anos atrás, 70% das famílias em Santa Catarina diziam “não” na hora de doar. A chave começou a virar a partir de 2008, com a adoção do modelo espanhol, referência em efetividade entre os sistemas de transplantes.

O processo foi liderado pelo médico intensivista Joel de Andrade, coordenador da Central Estadual de Transplantes. Andrade diz que campanhas de incentivo são importantes para estabelecer uma cultura doadora e fazem os números crescer por um tempo. Mas, de acordo com o especialista, a sustentabilidade das doações passa pelo treinamento dos profissionais de saúde. É o que a Espanha fez e o que Santa Catarina passou a fazer permanentemente depois de importar o modelo.

Nos cursos da SC Transplantes, médicos e enfermeiros são capacitados para identificar pacientes que chegam aos hospitais em estado grave e que podem evoluir para a morte encefálica, a condição necessária para o aproveitamento dos órgãos e tecidos.

Ao mesmo tempo, priorizam o acolhimento das famílias, informando sobre o estado de saúde a cada etapa e o que está sendo feito para tentar salvar a vida do paciente. Psicólogos e assistentes sociais também fazem parte das equipes. Esse contato humanizado é fundamental na sensibilização dos familiares que precisam decidir num momento de dor.

No Brasil, há um dia destinado a conscientização da importância da doação de órgãos. A data é em 27 de setembro.

Na região

De acordo com dados levantados pelo Portal Eder Luiz, no Estado, até o mês de julho, ou seja, em sete meses, a capital Florianópolis foi o município com mais doação de órgãos. Foram 45 notificações no período, sendo com 22 doações concretizadas. Tubarão aparece na sequência.

Já na região, o Meio-Oeste e Serra Catarinense, que entram pro mesmo grupo nas estatísticas do SC Transplantes, foram 28 doações realizadas até julho. Lages teve 12, enquanto que Joaçaba apareceu em seguida com oito captações. Caçador tem três doações, seguida de Concórdia e Campos Novos com dois cada. Videira teve uma doação. 

Número de transplantes

Em 2023, até agosto, 1.137 fizeram algum transplante do órgão ou tecido em Santa Catarina. Confira a seguir os dados por órgão:

  • Córnea: 552
  • Rim: 159
  • Esclera: 140
  • Fígado: 93
  • Fígado/Rim: 1
  • Medula óssea autólogo: 66
  • Medula óssea alogênico aparentado: 23
  • Medula óssea alogênico não aparentado: 3
  • Válvula cardíaca: 17
  • Osso: 65
  • Rim/pâncreas: 6
  • Coração: 5
  • Rim (doador vivo): 6
  • Pele: 1

Fonte: SC Transplantes – Dados até agosto de 2023

Veja dados sobre a lista de espera por transplantes:

  • Brasil: 65.911
  • Santa Catarina: 1.403

Fonte: Ministério da Saúde

Confira a lista de espera por um transplante em SC:

  • Rim: 766
  • Fígado: 72
  • Rim/Pâncreas: 41
  • Coração: 1

Fonte: SC Transplantes – Dados até agosto de 2023

O médico intensivista Eduardo Berbigier, coordenador do curso, explica que quando todas as etapas são respeitadas, sem urgência ou pressa, há uma chance muito maior da família se sentir acolhida , entender e aceitar o diagnóstico e permitir a doação dos órgãos. No ano passado, 73% dos catarinenses que viveram esse drama disseram “sim”, optando pela doação. É a melhor taxa do Brasil.

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A Espanha liderou o índice que mede a efetividade dos sistemas de transplantes, com 46,3 doadores a cada 1 milhão de habitantes. SC teve 44,8 doadores a cada 1 milhão de habitantes, enquanto o Brasil teve apenas 16,5 doares a cada 1 milhão de habitantes.


Fonte:

NSC

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