Queijo produzido em SC é identificado com bactéria que pode causar grave diarreia
Notificação foi publicada no Diário Oficial.
Um queijo mineiro produzido em Vargem Bonita, no Meio-Oeste de Santa Catarina, foi identificado com uma bactéria que pode causar diarreia grave aos consumidores, conforme alertam especialistas. A situação foi notificada pela Vigilância Sanitária do Estado, que proibiu a venda do produto em estabelecimentos comerciais, que devem ainda recolher o queijo das prateleiras, sob supervisão de órgãos municipais.
A bactéria encontrada é Escherichia coli, que, segundo explica o microbiologista da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Ricardo Mazzon, é identificada quando há problemas de higiene no processo de produção do produto. Apesar de ser uma bactéria encontrada naturalmente no intestino, ela não é tolerada em alimentos e pode causar diarreia com sangue, principalmente em idosos, gestantes e pessoas imunossuprimidas.
— Existem alguns tipos de linhagem dessa bactéria, e, muitas vezes, o próprio processo de maturação do queijo acaba matando esses possíveis patógenos. Porém, neste caso, o produto teve contato com alguma contaminação fecal em algum passo do processamento e segui ali — explica.
De acordo com o que complementa a especialista do Departamento de Ciência dos Alimentos da UFSC, Deise Baggio, alguns sorotipos da bactéria podem causar óbitos. Quando ela está presente em um alimento, por exemplo, é sabido que o produto está contaminado, porém, caso não seja controlado pode vir proliferar e causar doenças que vão desde diarreia até Síndrome Hemolítico-Urêmica.
— Há duas suspeitas com essa notificação: que o processo térmico não foi bem feito, ou que há falhas na higiene pós-manipulação térmica, o que causou uma reinfecção no produto. É importante que o local revise as práticas de funcionamento e se capacite nos cuidados do tratamento térmico, armazenamento e transporte, além de toda a etapa de comercialização dos alimentos — diz.
O lote em que a bactéria foi identificada tem data de fabricação em 29 de março e vencimento 29 de junho, conforme publicou a vigilância. A notificação inicial foi publicada no Diário Oficial de segunda-feira.
Segundo a Secretaria de Saúde, o queijo ainda passará por uma nova análise fiscal. Caso a bactéria se mantenha no laudo, o recolhimento e inutilização do produto em SC é determinado. Não há previsão de data para que esse processo seja concluído.
Nota da empresa
Gostaríamos de esclarecer que já tínhamos conhecimento desse incidente e tomamos medidas imediatas para resolver a situação.
Informamos que todas as unidades afetadas foram devidamente recolhidas e descartadas de acordo com os protocolos adequados. Além disso, realizamos uma revisão completa dos nossos processos de produção e qualidade para evitar a ocorrência de problemas similares no futuro.
Gostaríamos de esclarecer que, após uma análise aprofundada, identificamos que a falha no processo de pasteurização pode ter sido ocasionada pela pressão de vapor, resultando na queda de temperatura durante o processo. Reconhecemos a importância de um controle rigoroso desses parâmetros e estamos trabalhando para aprimorar nossos sistemas e prevenir ocorrências semelhantes no futuro.
Ressaltamos que todas as análises microbiológicas realizadas em queijos coletados pela inspeção estadual estão em conformidade com a legislação vigente. Nossa prioridade é garantir a segurança dos produtos que oferecemos aos nossos consumidores, e estamos comprometidos em cumprir todas as exigências regulatórias.
Pedimos desculpas pelo inconveniente causado e agradecemos pela compreensão e confiança depositada em nossa marca. Caso você ainda tenha alguma dúvida ou preocupação, pedimos que entre em contato conosco pelos canais de atendimento disponíveis. Estamos à disposição para esclarecer qualquer questão adicional.