Próximos meses marcarão o fim do El Niño e a chegada de La Niña em SC

Previsão do tempo indica trimestre com pouco frio e pouca chuva.

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Os próximos meses serão atípicos em Santa Catarina. A previsão do tempo de junho a agosto, divulgada pela Defesa Civil do Estado nesta quarta-feira, dia 29, indica para chuva abaixo da média e reforça que o inverno vai ser de fraca intensidade em comparação com o esperado para a estação.

Os próximos meses vão marcar o fim do fenômeno El Niño, que marcou o último ano pelo alto volume de chuva em Santa Catarina, devendo evoluir para La Niña somente por volta de setembro, diferente do previsto inicialmente, quando se indicava para o meio do inverno. 

Para o mês de junho, haverá chuva dentro da média, mas a partir de julho, a precipitação cai e ficará abaixo do esperado para o período. Mas ainda há possibilidade de episódios com ocorrências extremas, como formação de ciclones e frentes frias que trazem transtornos ao Estado.

Em relação ao clima, as temperaturas ficarão acima da média, transformando o inverno de 2024 em atípico na comparação com o frio mais intenso de anos anteriores. De forma geral, as temperaturas não caem tanto, apenas em episódios mais específicos e que não deverão durar tanto.

Veja a previsão completa da Defesa Civil para o trimestre 

No momento, o fenômeno El Niño, que deixa as chuvas mais frequentes e intensas, encontra-se em transição para a neutralidade e deve evoluir para uma La Niña entre o final do inverno e o início da primavera. Desta forma, o inverno deve ser sem a influência do fenômeno no Sul do país. 

Ressalta-se que a transição ocorre de maneira lenta e, assim, ao longo do mês de junho são esperadas chuvas dentro a acima da média no litoral e áreas próximas, enquanto no Grande Oeste as precipitações ficam próximas da média. Já nos meses de julho e agosto a expectativa é de chuvas abaixo da média em todas as regiões catarinenses. 

Com isso, o inverno, que é a estação menos chuvosa no estado, deve ser de chuvas próximas da média nas áreas litorâneas e abaixo da média entre o Grande Oeste e os planaltos. Apesar disso, não se pode excluir a passagem de sistemas meteorológicos, como ciclones e frentes frias, que favoreçam eventos de chuva volumosa no estado. 

O próximo trimestre engloba a estação mais fria do ano, mas a previsão indica que as temperaturas ficarão acima da média. Ou seja, é esperado um inverno mais ameno, mas isso não exclui a chance de episódios de frio intenso, com ocorrência de geadas e precipitação invernal. No entanto, os eventos de frio intenso devem ser menos frequentes. 

 CLIMATOLOGIA

O trimestre de Junho, Julho e Agosto encerra a estação do outono e dá início ao inverno no Hemisfério Sul. Do ponto de vista climatológico, a chuva neste trimestre é provocada pela maior passagem de frentes frias e atuação de ciclones extratropicais, que também tendem a provocar episódios de agitação marítima e ressaca no litoral. Também ocorrem temporais nesta época do ano, porém com menor frequência, que resultam em ventos fortes e queda de granizo. De acordo com a climatologia, a chuva média nesses meses é a menor do ano em Santa Catarina, sobretudo nas áreas litorâneas, Vale do Itajaí e norte do estado, com valores mensais variando de 90 a 130 mm. Já nas cidades do Grande Oeste e Planalto Sul, a precipitação oscila de 110 a 180 mm. Nesta época do ano, são frequentes entradas de massas de ar frio, que provocam quedas significativas nas temperaturas, além da condição de amplitude térmica (com frio no amanhecer e com temperaturas amenas nas tardes), resultante do tempo mais seco. Além disso, são comuns episódios de veranicos, onde são observados dias consecutivos de temperaturas acima da média. 

HISTÓRICO DE OCORRÊNCIAS

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Segundo o Perfil Histórico de Desastres do Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina (PPDC-SC), durante 29 anos de levantamento de dados (1995-2019), foram registradas 5540 ocorrências por desastres. 

É possível notar que a maior parte das ocorrências registradas neste período histórico ficaram concentradas nos meses em que as temperaturas no estado são mais elevadas, entre setembro e março. Além disso, na análise desta série de dados, o trimestre junho, julho e agosto apresentou uma diminuição significativa no número de ocorrências registradas em relação aos outros meses do ano. 

No trimestre junho, julho e agosto, as chuvas intensas e enxurradas são as principais ocorrências. O mês de junho corresponde ao quarto e décimo mês em que ocorreram mais eventos de chuvas intensas e enxurradas, respectivamente (Figuras 3 e 4). Através da figura, é possível observar uma média de 40 a 50 ocorrências associadas às chuvas intensas em junho e julho, que somadas representam pouco mais de 20% do total de ocorrências associadas a esse tipo de evento ao longo do ano. Em agosto, esse valor diminui consideravelmente. Já com relação às enxurradas, foram observadas menos de 100 ocorrências em cada mês, sendo o período do ano em que menos ocorrências desse tipo foram registradas, embora elas ainda continuem sendo a mais frequentes se comparadas às demais. 


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