Para o delegado Arílton Zanelatto, a apreensão da arma do sargento da PM na casa de Cedival Dias de Souza, 25 anos, é prova cabal da autoria do crime. A pistola estava escondida dentro de um colchão e foi encontrada em operação realizada na manhã desta quinta-feira pela Polícia Civil e Militar.

Em depoimento nesta quinta-feira, 10, o jovem confessou ter atirado contra o agricultor Giovane Pires, mas negou ser autor do homicídio do sargento Valdecir Alberto Ferreira, comandante da PM de Lebon Régis. No final da tarde os três acusados do crime, Cedival Dias de Souza, 25 anos, Moacir Ribeiro Scheffmacher, 36 anos, e Ivaldo Ribeiro Scheffmacher, 39 anos, este último vereador de Lebon Régis, foram conduzidos ao Presídio Regional de Caçador. O inquérito policial com os autos de prisão em flagrante serão encaminhados à Justiça até segunda-feira. Eles devem responder por porte ilegal de armas, homicídio e pelo roubo da arma do policial militar. Entenda como ocorreu o crime A desavença O motivo do crime teria sido uma desavença entre uma das vítimas, o agricultor Giovane Pires e o jovem Cedival Dias de Souza, 25 anos. No dia 17 de dezembro os dois brigaram num rodeio em Lebon Régis e Cedival teria levado vantagem na briga com o agricultor. No posto Pires, que tinha a fama de valentão, ficou enfurecido e desde então procurava por Cedival para se vingar. No dia 5 de janeiro o agricultor e o sargento da PM de Lebon Régis, Valdecir Alberto Ferreira, foram por volta da meia noite até um posto de combustível onde trabalhava como vigilante Moacir Ribeiro Scheffmacher, 36 anos, tio de Cedival. As câmeras de segurança do estabelecimento mostram os três conversando por horas na madrugada. O sargento Ferreira e Pires aparecem nas imagens intimidando o vigilante e o obrigam a beber whisky. Por volta das 5h o vigilante aproveitou uma distração dos seus desafetos e conseguiu fugir. Pires e o sargento também saem em disparada num Fiat Strada vermelho. Vigilante busca arma Moacir Scheffmacher, que mora próximo do posto, fugiu por um terreno nos fundos do estabelecimento teria ido até a residência pegar uma espingarda. Ele avisou o irmão Ivaldo Ribeiro Scheffmacher, 39 anos, vereador de Lebon Régis. Os dois retornam ao posto com o carro de Ivaldo e ficaram dentro da loja de conveniência. Caseiro é testemunha Enquanto isso, Pires e o sargento se dirigem até o sítio de Pires, na localidade de Alto Rio Doce. Eles ficam no local por volta de 1 hora. Pires toma um café e o sargento fica deitado no banco do carona, já bastante embriagado. O caseiro foi ouvido pela investigação e confirmou a presença dos dois. Eles saem de carro e Pires avisa que vai até o sítio de um amigo próximo a Fraiburgo. Emboscada O carro de Pires passa novamente pelo pátio do posto de combustível. Neste momento as câmeras mostram o vigilante dentro do estabelecimento apontando uma espingarda para fora. Pires segue adiante rumo ao sítio do amigo que fica entre Lebon Régis e Fraiburgo. Minutos depois as imagens mostram o carro de Cedival saindo na mesma direção dos desafetos, e logo em seguida uma moto. Execução Na estrada do interior entre Lebon Régis e Fraiburgo, na linha Faxinal dos Domingues, Pires para o carro para urinar. Neste momento ele é surpreendido pelos atiradores. O agricultor foi encontrado com a braguilha da calça aberta e o pênis pra fora. Ele morreu na porta do carro e com a arma na cintura. Em seguida teria sido executado o sargento Ferreira que encontrava-se alcoolizado deitado no banco do carona. Fuga O horário da saída dos veículos e o horário do crime, por volta das 7h, fecham com o tempo levado para ir do posto até o local onde o Fiat Strada foi encontrado com os dois corpos dentro. Na sequência do crime o carro dos acusados seguiu adiante e a moto retornou. A testemunha que se deparou com a cena do crime afirma ter visto um homem de capacete empurrando a moto.