PM implanta programa para garantir o cumprimentos de medidas protetivas para mulheres vítimas de violência
Rede Catarina de Proteção à Mulher foi implantada em Joaçaba, Herval d´Oeste e Luzerna.
Os números da violência contra a mulher aumentaram em 2018 na região do 26º Batalhão de Polícia Militar, que abrange 19 municípios, incluindo Joaçaba, Herval d´Oeste e Luzerna.
Os casos saltaram de 637 em 2017, para 806 em 2018, um crescimento de 26,53%.
Em Joaçaba, foram 138 casos em 2017 e 171 em 2018, com crescimento de 23,91%. Já em Herval d' Oeste, foram registrados 137 casos em 2017 e 170 em 2018, um crescimento de 24,09%.
Foi devido ao aumento dos casos que a Polícia Militar implantou no mês de agosto a Rede Catarina de Proteção à Mulher, atendendo inicialmente os municípios de Joaçaba, Herval e Luzerna, onde 79 vitimas receberam atendimento. Até agora 32 delas seguem em atendimento, 25 casos foram encerrados (seja por término de prazo, retorno ao agressor ou vontade própria) e 22 vítimas dispensaram atendimento ou não foram localizadas.
De acordo com a Tenente Gabriela, que é coordenadora da Rede Catarina no 26º BPM, o programa tem objetivo de garantir que medidas protetivas sejam cumpridas.
Desde o momento que o judiciário decreta a medida protetiva de urgência, já entramos em contato com a vítima e uma guarnição composta sempre por uma policial feminina e um masculino, começa a fazer visitas a vítima. A presença da policial é para passar a empatia e a vítima se abre e passa informações, melhorando o atendimento. A partir dai o controle do atendimento também é melhorado. De acordo com a tenente, dependendo a gravidade do caso as visitas são mais seguidas. Se a família é carente e envolve filhos pequenos ou se as ameças são maiores pelo agressor estas visitas são mais recorrentes. O tempo também varia, de acordo com o decreto da medida protetiva.
A Rede é composta pela Polícia Militar, Poder Judiciário, Ministério Público e setores sociais dos municípios onde ela existe. A união de vários órgãos faz com que, além da fiscalização para o cumprimento da medida protetiva de urgência, as vítimas recebam auxílio social, por que muitas vezes dependem do agressor financeiramente para se manter.
Todo esse empenho faz com que seja possível mudar a realidade de quem sofre com a violência dentro de casa.
A Rede Catarina tem como objetivo evitar que a violência volte a acontecer, diminuir a reincidência dos casos e, a médio e longo prazo, que se mude a mentalidade de vítima e agressores, destaca a Tenente.
Os números da violência preocupam pelo aumento, mas também mostram que as mulheres estão se sentindo mais seguras para denunciar os agressores.
A partir da implantação da rede, houve aumento de denúncias e conseguimos dar proteção as mulheres vítimas de violência, demonstrando que as medidas protetivas expedidas pelo judiciário não são meros papéis, que serão fiscalizadas e que elas poderão se sentir protegidas, conclui.