Pesquisa realizada na Unoesc se torna referência para um dos maiores institutos de pesquisa do mundo
A pesquisa científica inteiramente realizada dentro da instituição foi usada como referência pelo Laboratório Nacional de Argonne.
No mês de outubro, mês em que se comemora o Dia C da Ciência no Brasil, a Unoesc recebeu uma notícia muito especial. Uma pesquisa científica inteiramente realizada dentro da instituição foi usada como referência pelo Laboratório Nacional de Argonne (Argonne National Laboratory), um dos maiores institutos de pesquisa do mundo.
A pesquisa em questão é intitulada “Uso da fluidodinâmica computacional para comparar a queda de pressão entre uma placa de distribuição de reagentes com canais paralelos, uma placa de distribuição de reagentes com canais paralelos descontínuos e uma placa de distribuição de reagentes com canais paralelos descontínuos em fractal em uma célula a combustível com membrana trocadora de prótons” e foi desenvolvida pelo grupo de pesquisa ligada às area das Engenharias da Unoesc, formado pelos alunos Guilherme Heusy, Gabriel Benetti, Vanessa Ferreira, João Bottin e Evandro Mathias e coordenada pelo Professor Pablo Martins Belchor.
Pesquisador Gabriel Benetti, acadêmico da Unoesc e responsável pela criação em ambiente virtual das placas que seriam submetidas às simulações computacionais
De acordo com o professor Pablo, a pesquisa realizada pelo Argonne, que usou o estudo realizado na Unoesc como referência, teve ainda a participação conjunta de três instituições chinesas que vêm se destacando dentro da comunidade científica e ajudando a China a despontar, também, como uma potência científica mundial. Foram elas: a Universidade de Engenharia de Hubei (Hubei Engineering University), a fabricante de Automóveis SAIC Motor e a Universidade de Ciência e Tecnologia de Huazhong (Huazhong University of Science and Technology).
Com um orçamento de 750 milhões de dólares no ano de 2017 (quase 3 bilhões de reais), o Laboratório Nacional de Argonne é um dos mais antigos laboratórios de pesquisa científica do Departamento de Energia dos Estados Unidos, tendo feito parte inclusive do projeto Manhattan, no qual foi construída a primeira bomba atômica do mundo.
— A Unoesc já conseguiu atingir um patamar muito alto em relação ao desenvolvimento de pesquisas de ponta na área de produção de energia limpa. Entretanto, estamos lidando com uma área que se desenvolve a cada dia e por isso esse é o momento de buscar conexões com outras instituições de pesquisa ao redor do mundo, objetivando estudos conjuntos que elevem cada vez mais o nome da nossa Universidade no cenário científico mundial — afirmou o professor.
Pesquisador e acadêmico da Unoesc Guilherme Heusy, durante a apresentação do trabalho científico na Polônia
E sobre essas parcerias internacionais o professor destaca:
— No início deste ano, uma equipe da Unoesc esteve visitando o maior instituto de pesquisas da Espanha, o CIEMAT, com o qual já temos parceria e retornaremos, desta vez com uma equipe maior, para acertarmos mais detalhes que permitam mais pesquisas e consequentes publicações. Aliado a isso, vamos tentar contato o mais rápido possível com a instituição americana e com as instituições chinesas que não só conhecem nossa pesquisa como já a usaram como referência, a fim de também estreitarmos relações — concluiu Pablo.
Professor Pablo Martins Belchor
Saiba Mais
Para entender como tudo aconteceu é importante voltar ao ano de 2016. Na ocasião, a Unoesc que já contava com um grupo de pesquisa voltado ao tema das células a combustível, que são dispositivos eletroquímicos capazes de gerar energia elétrica tendo apenas água como resíduo, passou a contar, também, com uma equipe multidisciplinar com alunos de diversos cursos de engenharia da Unoesc, liderada pelo Professor Pablo Martins Belchor. Esse grupo passou a desenvolver simulações fluidodinâmicas computacionais que permitissem compreender como os escoamentos de fluídos que alimentam uma célula poderiam interferir na qualidade da produção de energia final.
Diante disso, a Unoesc por meio do Fundo de Amparo à Pesquisa (FAPE), investiu em um supercomputador e já com a realização das primeiras simulações algumas conclusões importantes foram geradas e decidiu-se por submeter um trabalho científico (trabalho esse usado recentemente pelo Laboratório Nacional de Argone) para um dos principais congressos sobre simulação computacional realizados naquele ano, que aconteceria na Polônia. Nesse momento, a pesquisa já mostrava o quão era promissora. Foi tão bem aceita pela comunidade científica internacional que, mesmo tendo sido escrita objetivando uma apresentação no congresso na Polônia, acabou sendo publicada na ScienceDirect, por meio do Journal Procedia Engineering.