Ozempic vira febre entre famosos e profissionais alertam para perigos; entenda

Estudos mostram que o remédio à base de semaglutida faz as pessoas perderem 14,9% do peso total em um ano e meio.

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(Foto: Andres Ayrton, Pexels)
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Criada para tratar diabetes tipo 2, a semaglutida foi liberada em janeiro deste ano para ser usada no tratamento de obesidade no Brasil. Ela é a base de remédios injetáveis como Ozempic, Wegovy e Mounjaro, que vêm se tornando cada vez mais populares. Celebridades como Oprah, Jojo Toddynho, Whoopi Goldberg e Elon Musk são algumas das que já admitiram o uso da droga para emagrecer.

A semaglutida é indicada para pacientes com obesidade de grau 1, 2 ou 3 que tentaram perder peso sem sucesso com mudanças nos hábitos de vida, atividade física e dieta. Também é indicada para pacientes com sobrepeso (IMC acima de 27) que tenham comorbidades como hipertensão, diabetes ou dislipidemia.

Em Santa Catarina, 36,43% do total de pessoas atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em 2024 tinham algum grau de obesidade. A porcentagem supera o número de pessoas em estado nutricional adequado (27,83%) e com sobrepeso (34,18%), conforme dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) do Ministério da Saúde, com base na atenção básica.

Emerson Marques, professor do Departamento de Clínica Médica na UFSC e médico endocrinologista no Hospital Universitário (HU), explica que a semaglutida tem bons parâmetros de segurança vascular e menos efeitos adversos do que outros tipos de medicações usadas para emagrecer. Por isso, pode ser vendida na farmácia sem receita. O uso sem acompanhamento, porém, é desaconselhado.

O principal problema do uso sem acompanhamento é o não aproveitamento de tudo que o remédio pode trazer. Quando a gente prescreve, tem toda uma conversa de como o remédio funciona e quais resultados são esperados. Também pode alimentar uma expectativa muitas vezes irreal, porque essas expectativas não são ajustadas por uma equipe médica, opina o médico.

A semaglutida age de duas formas: no hipotálamo, que é o nosso “centro da fome”, diminuindo a fome e aumentando a saciedade; e na saída do estômago, fazendo com que a comida permaneça mais tempo no órgão, proporcionando saciedade e controlando o apetite.

A grande vantagem desse tipo de remédio é que eles não interferem no tratamento psiquiátrico que porventura o paciente possa precisar, o que é bem diferente dos remédios que a gente tinha até então, que tinham ação central. O quadro de saúde mental é comum em obesos, explica o médico.

Os perigos do uso sem prescrição

Muitas pessoas relatam que ganharam peso após parar com o uso da semaglutida. Segundo o médico, a obesidade é um problema crônico e o tratamento também deve ser encarado assim. A liberação do uso, geralmente, ocorre quando a pessoa consegue integrar o tratamento a fatores como reeducação alimentar, mudança de estilo de vida e cuidado com a saúde mental.

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No acompanhamento médico, não damos uma previsão de uso de seis ou três meses. Isso vai sendo ajustado. A volta do peso não está associada ao uso do remédio. Às vezes, ela está associada ao mau uso, pontua.

A psicóloga Rejane de Farias, que integra a Equipe Multiprofissional de Tratamento da Obesidade e Cirurgia Bariátrica no hospital, diz que a maioria dos pacientes são mulheres.

Nos estágios mais iniciais de obesidade, a autoestima costuma ser bastante afetada, porque a gente vive numa sociedade que coloca a magreza como o ideal de beleza. Isso costuma gerar um sofrimento psíquico ligado à própria imagem, relata ela.

O médico Emerson Marques defende, ainda, que a magreza não é o único resultado possível de um tratamento contra a obesidade. Para ele, o importante é que as pessoas obesas alcancem o peso mais saudável.

Muitas vezes, o tratamento vai deixar a pessoa menos obesa ou às vezes quem tá ganhando peso vai parar de ganhar. E esse já é um resultado, conclui.

Fonte:

NSC

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