Operação Fundo do Poço: após recurso do MPSC, Justiça aumenta pena de chefe de organização criminosa

A investigação apontou que uma empresa foi responsável por fraudes a licitações em diversos municípios.

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A Vara Criminal da Comarca de Concórdia atendeu ao recurso do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) e aumentou a pena do chefe de uma das organizações criminosas empresariais investigadas na Operação Fundo do Poço. O proprietário de uma empresa teve a pena aumentada de 104 anos para 109 anos e cinco meses de reclusão pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa, peculato e fraude a licitação. A condenação de um outro empresário também foi aumentada de 17 anos para 19 anos de detenção, em regime inicial semiaberto, por fraude a licitação.   

No recurso, a 4ª Promotoria de Justiça de Concórdia argumentou que a sentença não havia tratado do crime de peculato cometido pelo proprietário, quanto ao superfaturamento de duas notas fiscais para o Município de Paial, além de ter sido omissa na análise da participação dele na promessa e entrega de dinheiro proveniente de vantagem indevida ao Prefeito de Celso Ramos. Ainda asseverou que a sentença deixou de analisar a prática de corrupção passiva do outro empresário na manipulação, fraude e direcionamento de um certame no Município de Celso Ramos em benefício da empresa envolvida. O recurso foi acolhido e os réus foram condenados também por tais crimes.  

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Na mesma ação, também foram condenados dois ex-secretários municipais de Itá por corrupção passiva. O ex-secretário municipal de Agricultura e o ex-secretário de Administração receberam penas, respectivamente, de 12 anos e oito meses e de 5 anos e quatro meses de prisão.  

Entenda o caso  

A investigação apontou que uma empresa foi responsável por fraudes a licitações dos Municípios de Xanxerê, Abdon Batista, Campos Novos, Erval Velho, São José do Cerrito, Ouro, Celso Ramos, Alto Bela Vista, Piratuba, Paial e Itá - sendo desta última os dois secretários municipais que receberam propina e foram condenados por corrupção nesta mesma ação.  

A ação que resultou na condenação de quatro dos cinco réus ligados à empresa - em relação ao quinto, o próprio Ministério Público requereu a absolvição - tramitou na Comarca de Concórdia após ser cindida da ação originária, que foi julgada pelo Tribunal de Justiça em função do foro privilegiado de Prefeitos e do Deputado Estadual envolvidos.    

O processo originário, que está em grau de recurso nos Tribunais Superiores, resultou na condenação de 28 investigados.

A Operação Fundo do Poço    

A Procuradoria-Geral de Justiça de Santa Catarina deflagrou a Operação Fundo do Poço em 2013, com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO). Na época, foram detidos 20 envolvidos e afastado cautelarmente o então Presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (ALESC), Romildo Titon, e os então Prefeitos de Erval Velho, Abdon Batista e Celso Ramos, além de outros agentes públicos.    

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As investigações apuraram que, desde 2009, empresas de perfurações de poços artesianos estabeleceram acordos para definir os vitoriosos em procedimentos licitatórios nas regiões do Meio-Oeste, Oeste e Serra, contando com a participação de agentes públicos.

Fonte:

MPSC

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