Operação em 5 estados cumpre mandados contra ataques a escolas, incluindo SC
Ao menos dez ordens para internação provisória foram cumpridos nesta quarta-feira.
Ao menos dez ordens para internação provisória são cumpridas pela Polícia Civil nesta quarta-feira (19) em uma operação que tem como objetivo investigar ataques a escolas. A ação é realizada em Santa Catarina, Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco e Paraná. Mandados de busca e apreensão e de afastamento de sigilo de dados também são cumpridos.
Chamada de Operação Escola Segura, ela tem o apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública. O objetivo é cumprir os mandados de internação provisória e de busca e apreensão contra menores que, supostamente, teriam envolvimento com ataques a escolas brasileiras.
Conforme a Polícia Civil, a investigação teve o início após o ataque a creche de Blumenau, no Vale do Itajaí, que terminou com a morte de quatro crianças e deixou cinco feridas em 5 de abril. De acordo com a polícia, um adolescente estaria envolvido em crimes contra escolas na internet e, com isso, foi desencadeada a operação no restante do país.
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Entre os envolvidos, segundo o delegado-geral da Polícia Civil Ulysses Gabriel, estão dez adolescentes entre 13 e 17 anos, além de uma criança de 11 anos. Dois adultos também foram identificados ao longo das investigações, porém, segundo a polícia, como eles não tinham ligação com Santa Catarina, os casos foram enviados aos respectivos estados. Conforme o delegado Daniel Regis, da DEIC, os adolescentes investigados não teriam ligação com o ataque que ocorreu em Blumenau em 5 de abril.
Conforme o delegado Daniel Regis, da DEIC, os adolescentes investigados não teriam ligação com o ataque que ocorreu em Blumenau em 5 de abril. Também não há indício de envolvimento com jogos na prática dessas ações.
Ao todo foram cumpridas 10 ordens de internações provisórias, sendo um em Santa Catarina, dois no Paraná e cinco em São Paulo. Além disso, 13 mandados de busca e apreensão e 11 afastamentos de sigilo de dados contra os adolescentes foram realizados pela polícia. Ao menos 11 dispositivos eletrônicos foram apreendidos.
Essas pessoas estavam falando sobre ataques, pontua o delegado Luis Felipe Rosado, que coordena a Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática da DEIC.
Ameaça, incitação ao crime, apologia ao crime ou criminoso, associação criminosa são crimes de acordo com os artigos 147, 286, 287 e 288 do Código Penal, com penas que variam de um mês a três anos de detenção. Porém, por serem adolescentes, eles devem responder por suposta prática de atos infracionais equiparados a estes delitos, segundo a polícia. Eles também são investigados pelos artigos 12 e 14 do Estatuto do Desarmamento.
Ainda de acordo com o delegado Rosado, é importante que os pais fiquem atentos ao conteúdo acessado pelos filhos na internet.
É importante que os pais também monitorem o que seus filhos estão fazendo na internet, seja para prevenir eles de serem vítimas de algo ou para prevenir eles para que possam prejudicar alguma outra criança ou adolescente no ambiente escolar, salienta.
Em Santa Catarina, a operação é coordenada pela Diretoria Estadual de Investigações Criminais (DEIC) junto com o CyberGAECO, força-tarefa formada por integrantes do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Penal e Bombeiro Militar, que atua no combate de crimes praticados em ambiente virtual.
Capitaneada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, a Operação Escola Segura é feita pela Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência da Secretaria Nacional de Segurança Pública (DIOPI/SENASP/MJSP), que busca realizar várias ações relacionadas ao enfrentamento de atos atentatórios à vida em escolas.