Morador de Herval d´Oeste cria museu em casa, reunindo peças raras e históricas
Museu Alfredo Dimbarre é aberto ao público e conta com acervo instigante.
Quem passa pela rua Rua José Bonifácio e observa a casa de número 416 não imagina que lá dentro existe um tesouro em forma de conhecimento, que pode ser visitado por quem se interessar em conhecer mais sobre cinema, cultura, costumes da região, viajar pelo mundo e pelo universo através de fragmentos de meteoritos e amostras de minerais ou ainda voltar ao tempo em que nós humanos ainda não caminhávamos sobre este planeta, com fósseis de seres primitivos.
Este portal do conhecimento é um sonho que começa a ser realizado após muitos anos de planejamento por Omar Dimbarre, um colecionador apaixonado por cinema, minerais e fósseis.
Eu sou colecionador desde criança. Tenho paixão por arte, ciências e história. Os museus nasceram na idade média através das grandes coleções da aristocracia e da igreja. Como colecionador e fã de arte, ciência e história, também nutro um grande fascínio por museus. Revela Omar.
O Museu Alfredo Dimabarre, batizado em homenagem ao pai de Omar, já começa a chamar a atenção do lado de fora, onde as plantas são o destaque, o jardim botânico mostra um pouco da rica flora da região.
No primeiro espaço no interior estão objetos muito comuns dentro de casas, mas em décadas passadas. São ferros de passar, até os que usavam brasa ou carvão para aquecer, antigos gravadores, rádio e tvs, que são uma mostra clara de como tudo evoluiu. A identificação é imediata com as casas de nossos avós.
Exemplares de máquinas fotográficas mostram a evolução deste aparelhos.
A arqueologia está presente com peças que remetem a povos antigos do mundo. Entre os objetos estão Proto Moedas Celtas, que remontam a 700 anos Antes de Cristo (AC). Muito antes da introdução da cunhagem de moedas na antiga Europa e no Mediterrâneo, esses anéis eram usados como moeda comercial, pelos povos celtas.
Nas paredes estão algumas das maiores paixões de Omar, os cartazes de filmes clássicos, alguns muito raros. Entre eles emoldurado, o do filme The Cat´s Meow (O Mio do Gato) com o comediante Harry Langdon, original de 1924, feito em litografia, uma técnica de impressão que utiliza uma pedra calcária de grão muito fino.
Chama a atenção também um espaço com Notgeld, figuras utilizadas como dinheiro de emergência, principalmente pela Alemanha e pela Áustria, durante e logo após a primeira guerra mundial, entre 1914 e 1923. Cada município tinha o seu Notgeld e com o tempo os artistas locais que faziam o dinheiro passaram também a ver que as figuras eram colecionáveis. Algumas são verdadeiras obras de arte. Revela Omar.
Ainda no mesmo espaço está um raro exemplar, legítimo, de ingresso para o famoso festival de Woodstock, realizado entre os dias 15 e 18 de agosto de 1969, na cidade de Bethel, no estado de Nova York, Estados Unidos. Trinta e dois dos mais conhecidos músicos da época apresentaram-se durante um fim de semana por vezes chuvoso, para 400 mil espectadores. O curioso e ver que até as marcas de barro foram preservadas no bilhete.
Em outra sala estão os fósseis e minerais. É impossível não se encantar com a história e origem de cada um deles.
Entre tantos lá estão:
Pedaços do meteorito NWA 7831, proveniente do protoplaneta 4 Vesta, localizado no cinturão de asteroides, a cerca de 300 milhões de quilômetros da Terra, entre Marte e Júpiter, e que tem 530 quilômetros de diâmetro.
Fóssil de Trilobita Cambropalas – Lado positivo e negativo. Um dos primeiro animais a habitar os mares a 542 milhões de anos.
Dente de Mosassauro, animal que viveu há 65 milhões de anos.
Fragmento do Meteorito Santa Catharina, encontrado em 1875 em São Francisco do Sul. A teoria mais aceita pela comunidade cientifica é que ele é parte de um planeta anão, que explodiu a 140 milhões de anos.
Pirita, conhecida como ouro de tolo, por que no século 19 foi confundida com ouro, em função do brilho que emite sob raios de sol. Donos de grandes propriedades de terra improdutivas espalhavam pó de pirita na terra e vendiam como se a propriedade possuísse o mineral cobiçado.
Rosa de Pedra - resultado da acumulação de partículas de gipsita (pedra de gesso) na areia. Isto acontece graças ao processo de evaporação da água das chuvas e erosão causada pelo vento.
O museu é particular e não será cobrado ingresso. Mas para quem quiser colaborar com a manutenção do espaço haverá um sebo com gibis, livros, CDs e DVDs
Conheça:
Local: Rua José Bonifácio - 416 - Herval d'Oeste
As visitas podem ser agendadas pelo telefone (49) 9 9936-0280, com Omar
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