Joaçaba, Herval d’ Oeste e Luzerna possuem uma super frota que ultrapassa os 43 mil veículos
Saiba quais os desafios dos setores de trânsito frente a frota em constante crescimento e pouco espaço nas ruas.
Dirigir pelas ruas de Joaçaba e Herval d' Oeste sempre foi um exercício diário de paciência, principalmente nos horários considerados de pico - próximo ao meio dia, começo da tarde e fim de tarde. A situação é vivida há anos pelos motoristas, isso porque não só a frota de veículos vem crescendo, mas as cidades não estão preparadas para receber esse alto fluxo, seja de residentes ou mesmo de quem busca comércio e serviços aqui.
As administrações das cidades coirmãs vêm ao longo dos tempos tentando adaptar vias e espaços. Para se ter ideia, os municípios de Joaçaba, Herval d’ Oeste e Luzerna, possuem juntos uma super frota de 43.192 mil veículos, conforme dados de veículos licenciados no Departamento Estadual de Trânsito de Santa Catarina (DETRAN/SC), atualizados até o mês de setembro deste ano. As cidades juntas possuem ainda 57.676 habitantes, um número ´que representa 0,75 carros por habitantes.
Os dados demonstram ainda que a frota aumentou cerca de 14 vezes, o que era registrado em 2002, quando o órgão, começou a contabilizar os números.
Intervenções
A mobilidade urbana é um grande desafio, tanto que em 2017 uma das intervenções promovidas em Joaçaba foi a de incluir uma nova faixa na Avenida Santa Terezinha, retirando o estacionamento, dando maior fluxo aos veículos. Neste ano, o mesmo trecho recebeu uma rótula.
Em 2018, uma rótula ainda em processo de finalização foi implantada nas proximidades da antiga rodoviária de Joaçaba.
Já em Herval d' Oeste, as duas saídas de ponte receberam alterações. A saída da Ponte Jorge Lacerda ganhou uma rótula e a Ponte Emílio Baumgart teve alterada a preferencial para quem entra e sai da ponte.
As opiniões se dividem quando se apontam soluções para o problema do trânsito de Joaçaba e Herval d' Oeste. O ideal é que as cidades atuem desenvolvendo ações conjuntas. Mudanças promovidas em uma das cidades, impactam diretamente na outra, como já ocorreu.
Qual a solução?
Durante décadas o mundo tentou mover a maior quantidade possível de veículos da forma mais rápida possível. Hoje as grandes metrópoles e as cidades de pequeno porte enfrentam o desafio de melhorar a qualidade do espaço viário, de tornar mais agradável e fácil a circulação das pessoas.
Joaçaba completou 101 anos e Herval d' Oeste está prestes a completar 65 anos em dezembro. As cidades possuem praticamente a mesma malha viária desde suas criações, o crescimento não foi planejado, sem grandes investimentos, ampliações e melhorias o que acarreta os problemas de mobilidade atual. Os tempos de deslocamento entre origem-destino nas cidades vêm crescendo ano a ano. Nenhuma rede viária consegue crescer na mesma proporção dos novos empreendimentos e da motorização.
Joaçaba
Para o diretor de trânsito e mobilidade urbana, Wilton Werner Zukowski, além das melhorias nas sinalizações verticais e horizontais que a prefeitura vem promovendo, os semáforos passarão por modernização. Além da implantação de uma terceira pista na Avenida Rio Branco.
O diretor pontua ainda que em um levantamento promovido em janeiro de 2016, o fluxo de veículos na cidade é alto. Os números mensais das principais entradas e saídas da cidade, por exemplo, chamam atenção para que ações sejam implementadas. Entre as pontes é de cerca de 800 mil veículos/mês, na Avenida Santa Terezinha 176 mil/mês, Avenida Caetano Branco 176 mil/mês e no Acesso Adolfo Ziguelli 425 mil/mês.
A administração assinou nessa semana o contrato com o CIM Catarina, para a execução do Plano de Mobilidade Urbana. Zukowski pontua que em breve o executivo deve ter um diagnóstico preciso das ações a serem efetivadas. O que se pretende é dar prioridade aos pedestres, transporte não motorizado e público e melhorando o fluxo de veículos. “É preciso trabalhar com a parceria entre os municípios de Herval d’ Oeste e Luzerna, por isso estudos, projetos e mudanças devem ser integradas”.
O diretor destacou como solução, vias rápidas de acesso pelos bairros - citando a alteração da mão na Rua Frei Rogério subindo sentido ao bairro Santa Tereza ligando ao Flor da Serra como alternativa os moradores daquela localidade e ainda de estudantes da Unoesc.
Ainda citou a integração da SC 150 com a BR 282 – a ideia do anel viário entre as cidades, já bastante discutida com previsão de custo de aproximadamente R$ 49 milhões, também como uma das soluções.
Herval d´Oeste
Do outro lado da ponte, o Plano de Mobilidade passará a ser discutido em 2019, conforme o Secretário de Trânsito e ainda Secretário de Administração e Finanças, Lorivan Xavier de Almeida. Ele pontua que entre as intervenções ocorridas estão as mudanças nas saídas das pontes, dando maior fluxo ao trânsito e que agora terá continuação, com a mudança de outros trechos e de sinalizações vertical e horizontal. “As mudanças que ocorreram na saída das pontes Jorge Lacerda e Emílio Baumgart são definitivas e fazem parte de intervenções no trânsito que terão sequência no mês de novembro. Mudanças de sentido de ruas, faixas e de sinalização darão maior fluxo aos veículos”.
Entre as alterações estará a implantação de mão única da Santos Dumont. A José Bonifácio perderá um dos lados de estacionamento e ganhará uma outra via para dar maior fluidez ao transido, além das cabeceiras das pontes terem melhor sinalização, faixas e ruas ganharão placas. Essas alterações devem custar cerca de R$ 100 mil.
Já o tráfego pesado deverá obrigatoriamente passar pela Dorival de Brito e Beira Rio, para ter acesso a BR 282 ou retorno ao centro de Joaçaba pela UPA.
Muitas são as ideias levantadas para que as filas fluam e motoristas passem menos tempo dentro de seus veículos. O fato é que a grande parte dos problemas está ligada a falta de planejamento e investimentos, mas o excesso de veículos e falta de conscientização do cidadão também interferem.