Marido traído matou mecânico em Tangará

Marido traído matou mecânico em Tangará

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O delegado Gustavo Madeira da Silveira, de Tangará, comunicou durante entrevista coletiva que a polícia esclareceu o assassinato de João Adolfo Fragoso. Por ciúmes, o caminhoneiro Adílson Vieira Artismo, de 40 anos, matou Fragoso com três tiros no dia 08 de setembro, na Linha Santo Izidoro, interior de Pinheiro Preto. O crime premeditado acabou com o caso extraconjugal entre a esposa de Artismo e Fragoso, que já durava seis meses.

O assassino já tinha conhecimento do local onde os dois se encontravam e ficou a espreita, esperando chegarem. Quando eram 19h30 da quinta-feira, dia 08, Artismo avançou sobre o veículo e obrigou Fragoso a sair. Fragoso tentou conversar, mas Artismo, empunhando um revólver, não o deixou se aproximar, disparando o primeiro tiro, que atingiu o peito da vítima. Baleado, ainda houve a tentativa de Fragoso se defender partindo para cima de Artismo, mas ambos caíram no chão. Novamente em pé, Artismo disparou mais duas vezes. A mulher se protegeu dos tiros atrás do carro e entrou em choque. Depois dos disparos, Artismo pegou a esposa e a levou para casa, em Pinheiro Preto. Pegaram seus pertences, entre eles uma motocicleta, colocaram sobre um caminhão e rumaram para Lages, onde já haviam alugado uma casa. A prisão de Artismo ocorreu na última sexta-feira, dia 14. Depois de um longo e contraditório interrogatório, Artismo confessou o crime e explicou como ficou sabendo do caso extraconjugal da esposa e de Fragoso. A arma usada no crime, juntamente com o telefone celular da vítima, foram jogados dentro de um riacho, localizado em Videira. Conforme o delegado Madeira, Artismo teria levado o telefone celular com o intuito de evitar que a Polícia Civil conseguisse rastrear as últimas ligações efetuadas entre a mulher e Fragoso. “Os dois conversaram bastante e ele sabia que o histórico das ligações poderia ser uma pista para nós”, comenta. Durante a tarde da última segunda-feira, 17, um investigador da Polícia Civil, com apoio da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, efetuou buscas no local indicado por Artismo para tentar localizar a arma usada e o telefone celular, mas sem sucesso. “São provas importantes, mas que não temos a certeza do local. Fomos exatamente onde o acusado apontou”, frisa. Artismo está detido na Unidade Prisional Avançada (UPA) de Videira e permanece à disposição da Justiça. Ele foi preso pelo crime de homicídio qualificado, mas o delegado não havia decidido quais os qualificadores do crime. “Caso encontremos a arma, poderemos incluir também porte ilegal de arma de fogo”, comenta Madeira. A investigação Fragoso foi dado como desaparecido no dia 09 de setembro, uma sexta-feira. Segundo o delegado Madeira, ele teria uma reunião logo cedo na empresa a qual prestava serviço, Valpasa de Tangará, mas não compareceu e foi fato que estranhou colegas de trabalho. Logo depois, a namorada foi procurada, mas também não soube informar o paradeiro. Diante disso, um Boletim de Ocorrência foi registrado e iniciada a investigação. Em conversas com amigos, foi descoberto do caso amoroso entre a mulher do assassino e Fragoso. Poucas semanas antes, a mulher havia registrado uma ocorrência por agressão contra Artismo. Conforme o delegado, foi a partir deste BO que a investigação conseguiu montar o quebra-cabeça. “Diante deste registro, conseguimos o contato de Artismo, da mulher e para onde estariam se mudando, que é Lages. Conseguimos juntar as provas que coletamos com os depoimentos obtidos e chegamos ao acusado”, frisa. No dia do crime, segundo o inquérito, Artismo já teria se deslocado para Lages, onde morariam. “Eles apenas pegaram o restante dos pertences e ficaram em um local isolado de Lages. A mulher não pode informar o crime, coagida pelo marido. Ele teria dito que ela se prejudicaria também”, conta. Juntados os depoimentos de amigos da vítima, com o desaparecimento da mulher e do marido, mais o registro de agressão, os policiais seguiram nesta linha de investigação e chegaram ao autor dos disparos, em uma propriedade particular na Linha Santo Izidoro, interior de Pinheiro Preto. A descoberta Artismo descobriu o caso extraconjugal da mulher pelo telefone. Na casa deles, havia um aparelho de telefone com três extensões. Em uma das ligações telefônicas, o marido ouviu a conversa entre Fragoso e a mulher (o nome dela está sendo mantido em sigilo). Questionada, ela desconversou dizendo que eram engano e ele mentiu que entendeu. Depois disso, passou a monitorar a mulher. Em uma das contas de telefone, visualizou que as ligações partiam da casa dele e eram de sua mulher para o telefone de Fragoso. Conseguiu descobrir o local onde os dois se encontravam e esperou pela chegada do casal. Segundo o delegado, a mulher deixava o carro no pátio da igreja central de Pinheiro Preto e seguiam no carro de Fragoso até o local dos encontros. Foi no mesmo lugar em que Artismo presenciou os dois no carro e praticou o crime. O crime ocorreu em uma quinta-feira (08), mas o corpo foi localizado apenas sábado(10), pelo dono da propriedade. Esposa de Fragoso acreditava em crime motivado por ciúmes A companheira por seis anos do gerente de mecânica João Adolfo Fragoso, Marlise Boesing, disse, no dia 29 de setembro, que não descartava a possibilidade dele ter sido vítima de crime passional. “Apesar disso, meu sentimento por ele não muda, mas tenho suspeitas de que o ciúme pode ter motivado o assassinato”. Marlise estava intrigada com a data do crime, visto que foi cometido dias antes do casal viajar para a Europa, o que explicaria o ciúme de alguma pessoa. Ela dizia que não via outra hipótese para o assassinato e que, para ela havia sido um crime passional motivado pelo ciúme dele ter uma companheira de longos anos. Fragoso era praticante de esportes e fazia aulas de natação numa academia em Pinheiro Preto e era um conhecido jogador de bocha na região. “Ele jogava bem e tinha um bom relacionamento com os demais atletas da região”. Na quinta-feira, dia 22 de setembro, a Valpasa, empresa em que trabalhava, estava instalando um guincho para depois colocar uma caldeira. “Ele disse que iriam trabalhar algumas noites e por isso não estranhei quando ele não retornou para casa na quinta-feira. Pensei que estivesse trabalhando, visto que era muito dedicado”. A mulher acreditava que o marido havia se dirigido para a academia e depois retornado para a empresa. Fragoso iria viajar com a esposa para a Europa no domingo, dia 25 de setembro, e tinha pressa em terminar a instalação da caldeira, viajando sossegado. Na sexta-feira, dia 26 de setembro, Marlise foi até a delegacia prestar depoimento para o delegado Gustavo Madeira da Silveira quando a notícia de que haviam encontrado um corpo no interior chegou até a polícia. Eles se deslocaram até o local para a triste constatação de que o corpo era mesmo o de Fragoso, que havia sido executado. A esposa lembra que Fragoso estava deitado, como se estivesse dormindo, com a camiseta dentro do calção e não apresentava qualquer sinal de tortura. A cena foi chocante para a esposa e amigas que foram até o local. A possibilidade de latrocínio foi descartada pela polícia logo que as investigações começaram, porque sua carteira e outros objetos pessoais foram deixados dentro do carro que ocupava. Já o telefone celular não foi encontrado, o que indica que alguma chamada feita anteriormente poderia indicar o autor do crime. O legista, informalmente, contou para a polícia que foram disparos feitos por trás da vítima. João Fragoso era natural de Caçador, mas havia anos que morava em Tangará. Trabalhava na empresa Valpasa e vivia com Marlise há seis anos. Ele foi enterrado em sua cidade natal.

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