Mãe de Campos Novos fala sobre desafios e tabus do aleitamento materno
Pediatra fala sobre a importância da amamentação para o desenvolvimento das crianças.
Para Rita da Silva, moradora de Campos Novos, a amamentação é um momento tão importante que ela decidiu registrar essa experiência, que considera ser uma conexão única entre mãe e filho. Embora natural, a amamentação exige dedicação e pode ser um processo doloroso para algumas mães. No Agosto Dourado, mês dedicado ao incentivo do aleitamento materno, conversamos com uma mãe lactante e com a pediatra Isadora Proner para abordar esse tema de forma clara e real.
Rita, mãe de dois filhos, um de 9 anos e outro de 8 meses, conta que amamentar sempre foi sua prioridade. Ela acredita que o momento entre mãe e filho fortalece os laços e cria uma conexão profunda. “A amamentação é algo único e inexplicável”, compartilha Rita.
Porém, Rita também relata os desafios que enfrenta até hoje, como a dificuldade de amamentar em locais públicos. “As pessoas olham para a gente com julgamento, como se estivéssemos fazendo algo errado”, relata. O olhar de desaprovação faz com que muitas mães se sintam desconfortáveis e até mesmo envergonhadas ao alimentar seus bebês fora de casa, o que muitas vezes transforma a experiência em ansiedade e estresse.
Além dos olhares julgadores, os desafios emocionais são uma realidade que pode interferir diretamente na amamentação. Rita enfrentou recentemente a perda de sua mãe, um momento de dor profunda que impactou sua jornada de amamentação. “Minha mãe faleceu há dois meses. Eu precisei escolher: ou me entregava à depressão e ansiedade, ou amamentava minha filha. Escolhi continuar, mas foi e ainda é muito difícil”, confessa.
Essas dificuldades emocionais, muitas vezes ignoradas, podem dificultar a continuidade da amamentação. O apoio psicológico e emocional é essencial para que as mães possam lidar com o luto, a ansiedade e o estresse, sem comprometer a amamentação.
Os Benefícios do Aleitamento Materno
Além dos desafios apontados por Rita e Renata, a Dra. Isadora Proner comenta sobre outros obstáculos que muitas mães enfrentam ao amamentar, mas ressalta que a amamentação traz inúmeros benefícios tanto para o bebê quanto para a mãe.
Quais são os principais benefícios da amamentação para o bebê e para a mãe?
“A amamentação melhora o sistema imunológico do bebê, protegendo-o contra várias doenças, além de ser mais econômica. Para a mãe, reduz o risco de hemorragia pós-parto e diminui as chances de desenvolver cânceres, como os de mama e ovário.”
Qual é a importância do início precoce da amamentação e como ele pode impactar a saúde do recém-nascido?
“Quanto mais cedo, melhor! Falamos sobre a 'hora de ouro', que é a primeira hora de vida, onde o bebê recebe o colostro materno, que oferece imunidade e proteção contra doenças.”
“Alguns desafios incluem a insegurança quanto à produção de leite, o retorno precoce ao mercado de trabalho, e complicações como erro de pega e mastite. É essencial buscar conhecimento e preparação para esse momento.”
Como a amamentação pode influenciar o desenvolvimento cognitivo e emocional do bebê a longo prazo?
“Estudos mostram que crianças amamentadas têm escores de desenvolvimento cognitivo significativamente maiores do que aquelas alimentadas com fórmula. Do ponto de vista emocional, sabe-se que crianças amamentadas no seio têm vínculos maternos mais fortes e crescem emocionalmente mais saudáveis.”
Que orientações você daria para mães que estão voltando ao trabalho e desejam continuar amamentando?
“É importante que as mães conheçam seus direitos e se preparem com antecedência.”
Algumas mães, por diversos motivos, não conseguem amamentar. Como lidar com isso e garantir a saúde do bebê mesmo sem poder amamentar?
“Buscar auxílio de um profissional para receber orientações é fundamental. O pediatra irá recomendar a melhor fórmula para o bebê, além de fornecer instruções sobre o preparo e outras orientações. A rede de apoio e os profissionais envolvidos precisam estar prontos para dar o suporte necessário nesse momento.”