Lula anuncia programa para pagar parte dos salários de 434 mil trabalhadores para evitar demissões no RS

Número de mortes chega a 172. Mais de 600 mil pessoas estão fora de casa.

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Foto: Diego Vara
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Em visita a regiões do Vale do Taquari atingidas pela enchente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou novas medidas de auxílio ao Rio Grande do Sul, nesta quinta-feira (6). Em entrevista coletiva concedida no Esporte Clube Rui Barbosa, na cidade de Arroio do Meio, Lula assinou anunciou programa de manutenção de emprego e renda voltado a trabalhadores de empresas atingidas pela enchente. 

— Por medida provisória, vamos oferecer duas parcelas de um salário mínimo a todos os trabalhadores formais do RS que foram atingidos na mancha, não somente nos municípios em calamidade e emergência, mas desde que estes municípios estejam atingidos pela mancha da inundação — enfatizou o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, sobre o perfil das empresas que poderão aderir ao programa.

Estão incluídos no programa segmentos de trabalhadores em regime CLT (326.86), domésticos (40.363), estagiários (36.584) e pescadores artesanais (27.220), totalizando 434.253. Como contrapartida, as empresas deverão manter os empregos por mais dois meses, totalizando uma estabilidade de quatro meses. A medida provisória precisará ser aprovada pelo Congresso Nacional.

— Diferentemente da pandemia, quando benefício foi para ficarem em casa, este momento é de reconstrução — acrescentou o ministro. 

Além do benefício focado aos trabalhadores, Lula assinou outras duas medidas provisórias. Uma delas viabiliza o apoio financeiro a municípios que não foram atendidos anteriormente, num repasse previsto em R$ 124 milhões, segundo o governo. 

O outro texto amplia o número de famílias que receberão o Auxílio Reconstrução de R$ 5,1 mil. A MP beneficia moradores de municípios que não foram contemplados na primeira leva da medida.

— A MP que assina hoje vai alcançar todos os municípios que a Defesa Civil Nacional junto com a Defesa Civil do governo do Estado e municipais entenderam atender o regramento da situação de emergência e calamidade — detalhou o ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes.

Para o ministro, essa atualização da MP será uma correção importante. De acordo com o chefe do Desenvolvimento Regional, até o momento, foram aprovados 161 mil benefícios às famílias atingidas pelas enchentes. A previsão é que, nas próximas duas semanas, o benefício atinja 240 mil famílias.

— As regiões mais aglomeradas, mais densas, já foram alcançadas. Agora, a gente tem que refinar isso para chegar aos locais mais distantes. Mas a expectativa é que nas próximas duas semanas, a gente alcance a meta que foi estabelecida onde 1 milhão de pessoas, em torno de 240 mil famílias, serão beneficiadas com Auxílio Reconstrução — finalizou.

Morte após a tragédia

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Chegou a 172 o número de mortes em razão dos temporais e cheias que atingem o Rio Grande do Sul desde 29 de abril. Em boletim divulgado às 9h desta quarta--feira (5), a Defesa Civil do Estado ainda informou que 41 pessoas estão desaparecidas.

Além disso, o estado registra 806 pessoas feridas e cerca de 603,2 mil pessoas fora de casa, somando quem está em abrigos e quem está desalojado, ou seja, está na casa de parentes ou amigos. A cheia afetou 2,3 milhões de pessoas em todo o estado, com impactos em 476 dos 497 municípios gaúchos.

  • Mortos: 172
  • Desaparecidos: 41
  • Feridos: 806
  • Pessoas em abrigos: 30.442
  • Pessoas desalojadas: 572.781
  • Pessoas afetadas: 2.392.686
  • Pessoas resgatadas: 77.875
  • Animais resgatados: 12.543
  • Municípios afetados: 476 (de 497)

Fonte:

Gaúcha ZH / G1

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