Jornal paulista revela áudios que sugerem uso de caixa 2 em troca de contratos em SC

Conforme a reportagem, negociações teriam resultado em pelo menos R$ 1 milhão via PIX, além de transferências bancárias regulares.

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Foto: Tiago Ghizoni, Arquivo, NSC
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Reportagem publicada nesta terça-feira (1º) pela “Folha de S.Paulo” traz detalhes sobre áudios e trocas de mensagens que sugerem que o ex-governador Leonel Pavan (PSD) teria prometido a empresários futuros contratos com as prefeituras de Camboriú e Balneário Camboriú em troca de caixa 2. Pavan é candidato à prefeitura de Camboriú e a filha, Juliana Pavan (PSD), disputa a prefeitura de Balneário.

De acordo com a reportagem do jornal paulista, as negociações teriam resultado em pelo menos R$ 1 milhão via PIX, além de transferências bancárias regulares. O suposto operador do esquema seria o lobista Glauco Piai, que foi auxiliar de Marta Suplicy (PT) na prefeitura de São Paulo, e hoje é filiado ao PT de Itajaí.

Nos últimos dias, informações sobre supostas irregularidades envolvendo a campanha de Pavan têm “pipocado” nas redes sociais. As denúncias se avolumaram depois que vazou a informação de que Piai foi detido pela polícia com R$ 100 mil em dinheiro vivo dentro do carro, um Land Rover, no dia 23 de setembro. O veículo, o dinheiro e dois celulares do lobista foram apreendidos.

Os áudios obtidos pela Folha indicam como ocorreriam as supostas negociações:

“Já consegui, isso aqui entre nós, 500 K [R$ 500 mil] pra ele [Pavan] do ‘Turquinho’, 26 de uma empresa de tecnologia e 26 de outra empresa de tecnologia. O cara da merenda eu fiz uma conversa com ele, tá vindo pra cá também. Tem você e, agora, o cara de seguros”, diz Piai em um dos áudios, enviado em fevereiro ao intermediário de um empresário de São Paulo.

Ele afirma, ainda, que será secretário de Governo para “garantir a promessa”. Nas supostas negociações estariam empresas de fornecimento de uniformes, merenda escolar, e outros serviços.

Ainda de acordo com a reportagem, as mensagens sugerem que os empresários interessados nos contratos futuros faziam repasses a uma empresa incorporadora que está em nome de Piai. Depois, o dinheiro seria transferido para as contas pessoais e de empresas de Pavan, e outras indicadas por ele. A apuração indica, ainda, que o dinheiro chegaria à conta do ex-governador como dividendos de incorporações imobiliárias.

Leonel Pavan e Juliana foram procurados pela reportagem da “Folha” e não responderam. O ex-governador publicou um vídeo nas redes sociais dizendo que seria vítima de uma “mentira da grossa”. Após a divulgação da reportagem, os dois assinaram juntos uma nota oficial:

“O candidato a prefeito de Camboriú, Leonel Pavan, expressa sua preocupação com a divulgação de denúncias infundadas às vésperas da eleição, evidenciando o desespero da equipe do Partido Liberal.

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Pavan esclarece que os valores recebidos antes do período eleitoral estão relacionados a uma transação imobiliária privada, formalizada de acordo com a lei e com o pagamento dos impostos devidos, conforme contrato assinado em 2024. Ele ressalta que o terreno ainda não foi integralmente quitado, e que parcelas adicionais estão programadas para pagamento.

“Continuaremos firmes na campanha, focando em nossos projetos e permanecendo à disposição para qualquer esclarecimento necessário”, afirmou o candidato do PSD.

Juliana Pavan, candidata à Prefeitura de Balneário Camboriú (PSD), lamenta as acusações infundadas dirigidas a seu pai e se coloca à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas sobre sua idoneidade e a transparência de sua campanha”.

Glauco Piai disse ao jornal paulista que as mensagens seriam fruto de um roubo de celular, e por isso não poderiam ser analisadas.

Fonte:

NSC

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