Homem é condenado por matar a esposa em Campos Novos após pedir aos filhos que se despedissem da mãe
Crime com requintes de crueldade aconteceu em 2022.
Um homem que cometeu feminicídio em Campos Novos, no Meio-Oeste do Estado, há dois anos foi condenado a 45 anos de reclusão pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) na última sexta-feira (5). O crime aconteceu na noite do dia 29 de novembro de 2022, quando o homem se dirigiu à casa da ex-companheira, a agrediu e mandou os dois filhos se despedirem da mãe, pois “nunca mais a veriam”. Depois disso, ele a matou com cinco tiros.
Segundo a denúncia do MPSC, a casa da mulher ficava no bairro Nossa Senhora Aparecida. A motivação do crime foi porque o homem não aceitava o fim da relação. Ele foi condenado, na última sexta, por homicídio triplamente qualificado, no fórum da comarca.
— O crime é extremamente grave e infelizmente não foi possível atender ao pedido dos filhos da vítima, que clamam por, pelo menos, mais cinco minutos com a mãe. Porém, não foram medidos esforços para que fosse dada uma resposta aos familiares e à sociedade camponovense. Os jurados acolheram integralmente os pedidos do Ministério Público e mais uma vez a comarca promoveu a justiça — afirmou o Promotor de Justiça Alexandre Penzo Betti Neto, que conduziu a acusação.
De acordo com o MPSC, as qualificadoras do homicídio triplamente qualificado foram:
- Feminicídio, porque o crime ocorreu em um contexto de violência doméstica e familiar contra mulher;
- Emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima, afinal ela não pôde esboçar qualquer reação aos disparos;
- Motivo torpe, pois a ação foi motivada pelo sentimento de posse.
Na época do crime, o condenado estava foragido do sistema penitenciário. Durante o processo, ele permaneceu em prisão preventiva, sendo reconduzido ao Presídio Regional de Chapecó logo após a leitura da sentença. Ele não poderá recorrer em liberdade, conforme o MPSC.
Os dois filhos da mulher tinham quatro e nove anos de idade, e chegaram a ver as agressões iniciais contra a mãe. Atualmente, as crianças moram com a avó materna na Argentina.