Governo federal confirma que vai adiar o Concurso Público Nacional Unificado

Prova seria no próximo domingo. Nova data não foi informada.

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Carlos Macedo/Folhapress
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O governo federal decidiu adiar o Concurso Público Nacional Unificado, após chuvas deixarem quase 40 mortos no Rio Grande do Sul e temporais atingirem Santa Catarina nos últimos dias. As provas seriam realizadas no próximo domingo (5). O anúncio oficial foi feito na tarde desta sexta, pela ministra Esther Dweck (Gestão).

Segundo a ministra, a medida foi necessária para garantir a segurança de todos os envolvidos, seja candidatos, seja funcionários. Ainda não há nova data para a realização das provas, disse ela. Dweck diz que as provas estão hoje em local seguro e que o mais provável é que, quando o concurso for remarcado, sejam usados os mesmos testes.

Segundo a ministra, o custo do concurso era inferior ao que foi arrecadado nas inscrições, mas ainda não há previsão sobre quanto será necessário para reaplicar a prova. Ela afirma que parte das verbas previstas não será usada agora, como, por exemplo, o pagamento dos fiscais. O valor necessário sairá do orçamento da União, disse Dweck.

Para garantir o adiamento, um acordo foi assinado no Palácio do Planalto entre União, AGU (Advocacia-Geral da União), DPU (Defensoria Pública da União) e Rio Grande do Sul, por meio da procuradoria do estado.

O governo viveu uma divisão sobre o tema devido ao risco jurídico de adiar o concurso. Como não existe um banco de provas disponível para o Concurso Unificado, que será realizado pela primeira vez, haveria risco de as provas aplicadas no estado terem uma grau de dificuldade diferente, abrindo brecha para judicialização.

Ainda não há definição quanto à nova data da prova. Os editais do concurso não preveem reaplicação em nenhuma hipótese, mesmo em caso de desastres naturais.

O governador do estado, Eduardo Leite (PSDB), pediu ao governo o adiamento a prova nos locais atingidos pelas fortes chuvas, que já deixaram mortos, cidades alagadas e rodovias destruídas. Parlamentares também fizeram o mesmo.

Na noite de quinta-feira (2), o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos soltou uma nota para afirmar que a prova estava mantida para o próximo final de semana.

No texto, afirmou que o governo faria todos os esforços para garantir, no Rio Grande do Sul, a participação dos candidatos. Desde o início, porém, havia pressão de uma ala da Esplanada pelo adiamento.

Políticos gaúchos também criticaram a manutenção do concurso no RS mesmo diante da tragédia no estado, que permanece e tende a aumentar.

O concurso unificado, que é também chamado de Enem dos concursos, recebeu 2,1 milhões de inscrições. A organização espera aplicar as provas em 220 municípios, embora os inscritos sejam de 5.555 municípios.

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No Rio Grande do Sul, são 80.348 inscritos (4% do total), em dez cidades: Bagé, Caxias do Sul, Farroupilha, Passo Fundo, Pelotas, Porto Alegre, Santa Cruz do Sul, Sana Maria, Santo Ângelo e Uruguaiana.

A maior parte dos inscritos do estado está na capital gaúcha: são esperados 38.292 candidatos na cidade.

Fonte:

Folha de S. Paulo

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