Famílias das vítimas do acidente com a Chapecoense fazem protesto

Com faixas pediram justiça em frente à sede da Aon, empresa que alega ter atuado como corretora do seguro da aeronave da LaMia.

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Divulgação/Internet
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O zagueiro Neto e as viúvas de quatro jogadores da tragédia aérea da Chapecoense se reuniram nesta segunda-feira, 30, em frente às sedes da corretora de seguros Aon e da seguradora Tokio Marine Kiln, em Londres, para protestar pela falta de indenização pela queda do avião, que vitimou 71 pessoas em novembro de 2016.

Quase três anos depois, os familiares juntaram documentos que pudessem apontar os culpados pela tragédia. Encontraram, segundo advogados, uma cadeia de fatores que culminou com a fatídica queda de avião e, por isso, tentam na justiça serem indenizados.Com faixas e camisas alusivas à tragédia, a manifestação reuniu as viúvas de Gil, Filipe Machado, Thiego e Bruno Rangel, além do presidente da Abravic e três advogados.

– Acreditamos que houve muitos erros na contratação dos seguros. Ainda não fomos indenizados, ofereceram uma ajuda humanitária – disse Aline Machado, viúva de Filipe Machado.

– Essa ajuda simplesmente exclui cinco ou mais empresas responsáveis nessa sucessão de erros para que o acidente viesse a acontecer. E essa ajuda faz a gente abrir mão dos nossos direitos. É uma falsa ajuda, muito abaixo do valor da apólice. Estamos em busca da verdade e reparações – completou Val Paiva, viúva de Gil.

A ideia da comitiva é mostrar para o mundo a injustiça e o jogo de empurra que virou o pagamento das indenizações. Um advogado da AON entrou em contato com o grupo, mas sem apresentar solução.

Ato em Chapecó

No domingo (29), parentes das vítimas realizaram um ato em frente à Arena Condá, para reforçar o protesto em Londres. A manifestação em Chapecó foi realizada no Átrio Davi Barella Dávi e contou com a presença do jogador Jackson Follmann, outro sobrevivente da tragédia aérea.

O grupo se reuniu em frente à fonte do espaço que homenageia os mortos na tragédia. De branco, eles soltaram balões brancos, falaram a frase verdades e reparações e bateram palmas para encerrar. O ato contou ainda com torcedores e membros da Chapecoense.

Ato na Arena Condá, Chapecoense — Foto: Liamara Polli/Chapecoense

Entenda o caso

O seguro da aeronave era de US$ 25 milhões (cerca de R$ 104 milhões), na época do acidente, mas os advogados das famílias contestam. Eles dizem que, até 2015, a apólice era de US$ 300 milhões (R$ 1,24 bilhão) e, a partir de 2016, mesmo com o risco ampliado por passar a transportar atletas de clubes de futebol, a apólice caiu de valor.

Os advogados das famílias dizem que a Aon é responsável pela avaliação de risco de seguros e que tinha conhecimento que a aeronave sobrevoaria áreas de risco, como a Colômbia. Para não fazer o pagamento da indenização, a empresa de seguro alega que a apólice não estava paga, porém, segundo os advogados das famílias, não houve uma comunicação sobre o não pagamento da apólice às autoridades locais, o que impediria o voo.


Fonte:

Com informações G1

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