Espécie extinta pode voltar a repovoar Florianópolis
Dois filhotes de bugios nasceram no Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS).
Dois nascimentos trazem esperança para uma espécie extinta em Florianópolis. Assim são considerados os filhotes de bugios que nasceram no Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS). A espécie ganha dois novos integrantes e aumenta a família que tem potencial para, ao ser solta na natureza, repovoar a região da Ilha de Santa Catarina.
O CETAS não tem por finalidade a reprodução dos animais, mas pode acontecer, como neste caso. Os filhotes nasceram no dia 23 de março de 2020 e em 12 de abril de 2020.
Ambos que já são os mascotes do local, estão sob os cuidados da família de bugios. A equipe do Instituto só acompanha a distância para verificar se os animais estão se alimentando, crescendo, interagindo. A estratégia de deixar os filhotes exclusivamente aos cuidados da família é uma forma de avaliar o comportamento natural dos animais, algo extremamente importante para a conservação da espécie, caso o grupo seja solto.
“Um projeto de reintrodução pode ter como metodologia a realização de solturas de animais na natureza com a expectativa que eles reproduzam até que sejam observados mais nascimentos do que mortes. Não sendo necessário, portanto, fazer novas solturas para a população se estabelecer”, explica a Coordenadora do CETAS, pelo Instituto Espaço Silvestre, Vanessa Kanaan.
Os filhotes que completam nesta quarta-feira, 03 de junho, 72 e 50 dias de vida, serão reabilitados, assim como já ocorre com a família, com o objetivo de soltura para voltar a povoar a região, de onde são nativos.
Os animais devem permanecer no CETAS em reabilitação até a execução do projeto de reintrodução. O CETAS, localizado no Parque Estadual do Rio Vermelho, em Florianópolis, é administrado pelo Instituto do Meio Ambiente do Estado de Santa Catarina (IMA), com cogestão do Instituto Espaço Silvestre.
Bugio
Bugio é um gênero de macaco, também chamado de macaco-uivador, guariba ou barbado. Em Florianópolis, os bugios estão extintos há pelo menos 150 anos devido, principalmente, à caça e à destruição do meio ambiente. Apesar da regeneração da vegetação, a espécie não conseguiu se reestabelecer novamente na região. Por isso, a reintrodução desse grupo que está no CETAS é tão importante para a biodiversidade Do município.
Espécie extinta
Segundo as análises da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), uma espécie é classificada como extinta na natureza quando não existe mais e não poderá ser vista novamente.
Já se ela está em extinção é porque quase não há animais da mesma espécie, o que dificultará a sua reprodução natural e a continuação do legado.
Mas uma espécie pode estar extinta em uma região e em outra não. Como é o caso do bugio. As duas espécies de bugio que ocorrem em Santa Catarina, o ruivo e o preto, não estão ameaçadas de extinção em nosso estado, mas o bugio-ruivo, que antes ocorria na Ilha de Florianópolis, não ocorre mais, assim para a Ilha ele é considerado extinto.