Despedida do El Niño em SC terá maio chuvoso e início de inverno com pouca chance de neve

Previsão para o próximo trimestre indica chuva e temperatura acima da média, com virada de chave depois da chegada do inverno.

, 1.534 visualizações
(Foto: Lucas Amorelli, NSC Total)
pp_amp_intext | /75894840,22657573340/EDER_LUIZ_AMP_02

O fim do El Niño deve ser marcado por um mês com chuva acima da média em Santa Catarina. Essa é a previsão para maio feita pelo Fórum Climático, um grupo de meteorologistas de diversas instituições do Estado. Além disso, os modelos, que indicam a transição para a chegada do La Niña, mostram que o frio do inverno deve demorar a dar as caras, com a temperatura acima do esperado ao menos até julho.

O El Niño, fenômeno de aquecimento das águas do Oceano Pacífico em uma região próxima ao Peru, que contribui para a formação de chuvas no Estado, deve se despedir deste ciclo em maio. Isso somado a outros fatores fará o mês ter volumes de precipitação acima da média para a época, principalmente na primeira quinzena.

Em junho, Santa Catarina deve começar a presenciar uma mudança de comportamento no tempo. Com o fim do El Niño e período de neutralidade na temperatura do oceano, a tendência é de dias mais secos, especialmente no Oeste. Já na faixa Leste, ou seja, todo Litoral, Médio Vale e região de Joinville, pode ter pontos em que a chuva ainda será acima da média mensal.

Em julho, segundo a previsão, o começo do trimestre que deve confirmar a formação do La Niña, a expectativa é de chuva abaixo da média em toda Santa Catarina. O fenômeno, ao contrário do El Niño, significa o resfriamento das águas do Oceano Pacífico e é conhecido por influenciar na diminuição dos volumes de precipitação no Estado.

Com a chegada do La Niña no decorrer do inverno, o começo da estação não deve ser tão gelado, já que não há sinais da entrada de massa de ar frio mais significativa. Os modelos meteorológicos sugerem, inclusive, temperatura acima da média para a época, especialmente no Oeste e mais ao Norte do Estado.

Apenas uma análise da Nasa indicou um frio mais expressivo para Santa Catarina em julho, mas, a princípio, “nada excepcional”, avaliaram os meteorologistas do Fórum Climático — grupo de profissionais de diversos órgãos públicos e instituições de ensino catarinenses que se reúne mensalmente para fazer a previsão trimestral.

Por isso, ainda é cedo, por exemplo, para falar de neve no Estado — ao menos nas próximas semanas.

El Niño e La Niña

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o El Niño é o nome dado ao aumento na temperatura da superfície da água no Oceano Pacífico, fazendo ela evaporar mais rápido. O ar quente sobe para a atmosfera, levando umidade e formando uma grande quantidade de nuvens carregadas.

Com isso, no meio do Pacífico chove mais, afetando a região Sul do Brasil, pois a circulação dos ventos em grande escala, causada pelo El Niño, também interfere em outro padrão de circulação de ventos na direção norte-sul e essa interferência age como uma barreira, impedindo que as frentes frias, que chegam pelo Hemisfério Sul, avancem pelo país. Logo, elas ficam concentradas por mais tempo na região Sul.

pp_amp_intext | /75894840,22657573340/EDER_LUIZ_AMP_03

O contrário, o resfriamento dessas águas, é chamado de La Niña. Normalmente, o El Niño perde força, a temperatura no oceano volta ao “normal” — o chamado período de neutralidade — e gradativamente vai ficando mais fria, entrando no La Niña. Os efeitos do La Niña para Santa Catarina são o oposto do outro fenômeno, já que as chuvas caem em menor volume no Estado.

Fonte:

NSC

Notícias relacionadas