Desastres aéreos mataram 119 pessoas no Brasil em 2024
Queda de avião em Gramado (RS) marca segundo semestre fatal que teve, também, o acidente da VoePass com 62 mortos em São Paulo.
A queda de um avião em Gramado (RS) neste domingo (22) marca um segundo semestre fatal na aviação brasileira. Os 10 mortos já confirmados — além de outros feridos em estado grave — se somam a outros 72 óbitos só nos últimos seis meses. Ao todo, já são 119 vidas perdidas em acidentes com aeronaves desde o início do ano, sendo o caso da Serra Gaúcha o segundo pior, atrás apenas da queda do avião da VoePass, em Vinhedo (SP), no dia 9 de agosto.
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Desde o dia 2 de janeiro, já são 23 ocorrências com óbitos envolvendo quedas de aviões e helicópteros no Brasil. A primeira delas foi registrada em Capitólio (MG), quando um helicóptero caiu no Lago de Furnas. A aeronave afundou, deixando um morto e outras duas pessoas feridas. No mesmo dia, outro helicóptero caiu no interior do Maranhão, levando à morte o piloto que fazia a pulverização de agrotóxicos em uma fazenda na cidade de Santa Luzia.
Ainda em janeiro ocorre o mais grave dos acidentes do início do ano: um Piper PA-46 se desintegrou no ar durante um voo de Campinas (SP) a Belo Horizonte (MG) e caiu na cidade de Itapeva (MG), causando a morte de sete pessoas. Marcílio Franco da Silveira, de 42 anos, André Rodrigues do Amaral, 40, Raquel Souza Neves Silveira, 40, Antônio Neves Silveira, de 2 anos, Fernanda Luísa Costa Amaral, de 38 anos, Geberson Henrique Tadeu Chagas Pereira, piloto, e Gabriel de Almeida Quintão Araújo, copiloto, morreram na hora.
Morte em SC
Já o único acidente com vítimas fatais ocorrido em Santa Catarina neste ano foi registrado em Garuva, no Norte do Estado. Um avião modelo Beech Aircraft, de 1982, desapareceu após tentar contato com a torre de comando do aeroporto de Joinville. Antônio Augusto Castro e Geraldo Claudio de Assis Lima, passageiro e piloto, respectivamente, estavam na aeronave que havia decolado de Governador Valadares (MG) e tinha como destino Florianópolis.
O empresário mineiro Antônio, morto na queda de avião, trabalhava no ramo da construção e, recentemente, tinha fechado contrato para obra em Santa Catarina. O advogado Alaor Esteves, irmão da vítima, afirmou que Antônio Augusto estava viajando com frequência para o Estado. O empresário havia comprado a aeronave há cerca de um mês e estava a caminho de SC para fazer a vistoria em uma obra.
Tragédia da VoePass
Em 9 de agosto deste ano, o Brasil viu o maior desastre aéreo desde 2007. Um ATR-72 da empresa VoePass caiu em Vinhedo, no interior de São Paulo matando todas as 62 pessoas a bordo — 58 passageiros e quatro tripulantes. Desde o episódio do voo TAM 3054, 17 anos atrás, não morriam tantas pessoas em uma única ocorrência. À época, a aeronave — um Airbus A320 — passou reto no aeroporto de Congonhas, matando 187 pessoas a bordo e outras 12 que estavam em solo.
Sobre o acidente da Vopeass, as investigações preliminares indicam que uma falha no sistema de antigelo do avião pode ter sido a causa principal do acidente. O sistema foi acionado três vezes durante o voo, mas, em um momento crucial, o avião voou por seis minutos com um aviso de gelo sem que o sistema de degelo fosse ativado. As investigações ainda estão em andamento e o relatório final do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) ainda não foi divulgado.