O Delegado Regional de Polícia de Joaçaba, Ademir Tadeu de Oliveira, voltou a tecer duras críticas a atuação da Polícia Militar na região e no Estado. As declarações foram dadas na manhã desta quinta-feira, 18, durante entrevista coletiva em Joaçaba.

O delegado já havia se manifestado sobre a polêmica que envolve o que ele chama de “usurpação de funções” por parte de policiais militares, mas o tema voltou a ser assunto após a divulgação de gravações em que o tenente-coronel Rogério Luiz Kumlehn, comandante do 14º Batalhão de Polícia Militar, em Jaraguá do Sul, ofende a Polícia Civil e o Ministério Público. “Essa gravação mostra todo o sentimento de vingança da Polícia Militar. Nós iremos combater duramente este tipo de ação, mas não usando a violência, ou armas, e sim a constituição”. Afirmou o delegado. Ademir disse ainda que não há nenhum tipo de ação por parte do governo sobre os problemas que estão acontecendo entre as duas instituições e que “o governo do estado está omisso”. Sobre as atribuições da Polícia Civil e que estão sendo realizadas pela Polícia Militar o delegado disse que isso está tirando a PM das ruas. “ Em todos os momentos a PM diz que não tem efetivo para atender as ocorrências nas ruas, sua função, no entanto os fóruns e a assembléia legislativa estão cheios de policiais que poderia estar protegendo a população.” Ademir de Oliveira disse ainda que o clima de insegurança que toma conta de Santa Catarina é culpa da PM. “Nós queremos saber quem é que vai proteger a população. Enquanto os soldados estiverem nos quartéis na função burocrática os bandidos estarão livres para cometer os crimes”. Finalizou. Reunião na Capital A reunião realizada na manhã desta quinta-feira entre o secretário estadual de Segurança, César Grubba e os comandos das polícias Civil e Militar, foi mais simbólica do que para anunciar mudanças profundas nas relações entre as corporações. Segundo o secretário, não há conflitos entre as polícias. A reunião foi um pedido do governador Raimundo Colombo. Após o término do encontro entre Grubba, Aldo Pinheiro D'Ávila (delegado-geral da Polícia Civil) e Nazareno Marcineiro (comandante-geral da Polícia Militar), o secretário destacou que as possíveis divergências serão estudadas para transformarem-se em convergências. E os casos de conflitos registrados são ocorrências isoladas, que serão investigadas separadamente. O governador determinou a imediata criação de um comitê para colocar no papel quais as funções das polícias Civil e Militar no processo de integração. Segundo a assessoria da Secretária de Segurança, na reunião desta manhã não foi criado um grupo específico, porque os comandos já estão empenhados para deixar isso bem claro, e que a função de cada corporação está bem explicada na Constituição.