Confira novos detalhes da operação que prendeu estagiária que atrapalhou investigação sobre facção em SC

Universitária deve responder por associação ao tráfico, participação em organização criminosa e violação de sigilo funcional.

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Foto: Roberto Zacarias/ SECOM
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A estudante, investigada por vazar informações para uma facção criminosa, não agiu sozinha e foi paga para isso. A conclusão é do delegado responsável pela investigação, titular da Draco (Delegacia de Repressão ao Crime Organizado), Antônio Cláudio Seixas Joca. 

A universitária foi presa nesta terça-feira (20), em Florianópolis. A estudante, de 23 anos, que não teve a identidade revelada, cursa o 7º período de bacharelado em direito, em uma universidade privada da Capital.

A investigação da Polícia Civil começou após a deflagração da segunda fase da Operação Tio Patinhas, em julho de 2024. À época, foram expedidas 72 ordens judiciais, entre mandados de busca e apreensão, e sequestro de bens. Contudo, a ação da estudante frustrou boa parte da ofensiva.

“Eram 45 investigados na operação, mas durante o cumprimento dos mandados, apenas cinco foram localizados nos endereços“, conta o delegado Antônio Cláudio Seixas Joca. A situação começou a ser investigada pela polícia, que recebeu informações de que os alvos foram avisados e fugiram no dia da ofensiva.

A quebra de sigilo de dados foi solicitada e identificou que a estagiária, de uma Vara da Família de Santa Catarina, acessou documentos da Operação Tio Patinhas inúmeras vezes. “Ela entrou no sistema de casa mesmo, no fim de semana que antecedeu a operação”, conta Joca.

Estagiária não agiu sozinha, diz polícia

As investigações apontam que a universitária teve ajuda para ingressar no banco de dados e coletar as informações sigilosas. “Pelos indícios que nós temos, ela não agiu sozinha e foi paga para isso”, detalha o delegado. A universitária teria feito compras atípicas desde que passou a ser investigada.

É possível que advogados, vinculados aos alvos da operação, tenham participação no vazamento das informações. Segundo a Polícia Civil, os alvos da Operação Tio Patinhas são vinculados a uma facção criminosa, com forte atuação no estado.

A estudante foi presa em uma casa do bairro Saco Grande, em Florianópolis. A PCSC apreendeu telefones e computadores, que passarão por perícia. Outras diligências serão realizadas para descobrir quem auxiliou a suspeita no vazamento dos dados.

A universitária é investigada por associação ao tráfico, participação em organização criminosa e violação de sigilo funcional. Somadas, as penas podem chegar a 30 anos de reclusão.

A reportagem entrou em contato com o Tribunal de Justiça de Santa Catarina, que informou, por nota, que a investigada não integra mais o quadro de estagiários da instituição.

O órgão informou, ainda que “o Núcleo de Inteligência e Segurança Institucional (NIS) do Tribunal de Justiça colaborou no levantamento de informações e na operação desencadeada pelos outros órgãos da Polícia Civil, que detém competência para dar seguimento ao inquérito policial respectivo”.

Operação Tio Patinhas

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A investigação mira em um grupo especializado em tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e venda de armas, que tinha como clientes alguns “ricaços” do Estado. A investigação apontou que ao menos 45 pessoas estão envolvidos no esquema criminoso.

Na segunda fase da operação, cinco pessoas foram presas em flagrante por tráfico de drogas e 6kg de drogas foram apreendidos. Durante a primeira etapa, outras duas foram detidas pelo mesmo crime

Fonte:

ND+

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