Chester surgiu em Santa Catarina

Por Rodrigo Leitão O chester virou tradição no Natal por ser encontrado com mais frequência no final do ano.

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Por Rodrigo Leitão

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O chester virou tradição no Natal por ser encontrado com mais frequência no final do ano. Apesar de ser uma criação de laboratório, sua carne é mais recomendada pelos nutricionistas que a do próprio peru. A nutricionista-chefe da Cozinha Experimental da Faculdade de Medicina da USP, Andréa Jorge, recomenda o chester como prato principal da ceia de Natal. Ela diz que a carne tenra, macia e suculenta dessa ave é fruto de uma maior concentração de partes nobres com menos gorduras, já que o chester tem mais coxa e peito, mas sem a gordura natural do peru. Essa história começou em 1979. Atrás da Sadia no mercado de aves roasters (que é a categoria dos perus), a Perdigão mandou dois especialistas em avicultura procurar na Europa uma alternativa de mercado. Eles descobriram na Escócia uma nova linhagem de aves para concorrer com o Peru da Sadia. A Perdigão queria ocupar uma grande fatia do mercado e fez uma intensa campanha publicitária para lançar o seu produto, em 1982. Daquela geração não há quem tenha esquecido a propaganda do “habemos chester!”. Na Escócia, uma empresa trabalhava suas aves com o objetivo de melhorar o resultado das carnes e tinha conseguido um novo tipo de roaster. Essa nova ave (foto) tinha maior quantidade de carnes nobres, mais coxas e peito. Aí a Perdigão comprou a patente genética e começou a criação no Brasil, na cidade de Tangará, aqui em Santa Catarina. Com preço bem mais baixo na época (mas hoje praticamente com o mesmo do peru), o chester teve rápida aceitação no mercado brasileiro por causa do forte apelo de marketing da campanha de 1982 e também pela característica de ter maior quantidade de carne nas coxas e no peito. Os avós do chester chegaram em 1979 mesmo. Essas aves de linhas puras de corte foram levadas para um criadouro florestal em Tangará. Foram três anos de seleções e cruzamentos até o primeiro chester ser saboreado numa ceia de Natal. O nome chester vem do inglês “chest”, que quer dizer peito. Como essa ave tem 70% de carne de peito, ficou com o nome de chester. Como a patente pertence à Perdigão (agora não mais porque ela se fundiu com a Sadia, originando a BRF), só se come chester dessa marca. Como a Perdigão é dona da fórmula genética, ela não vende os ovos. Hoje, o chester é um sucesso de vendas e de criação exportado para 25 países. FAÇA EM CASA: Chester dourado Ingredientes: - 1 chester inteiro - ½ xícara (chá) de vinho branco - 1 xícara (chá) de água - 1 colher (chá) de ervas finas - 1 colher (chá) de molho inglês - 1 colher (chá) de açúcar - 1 colher (sopa) de manteiga Modo de preparo: Descongele o chester (você não vai encontrar chester fresco, só congelado) e ponha numa assadeira untada com a manteiga. Depois, regue com a mistura de vinho, água, ervas finas, molho inglês e açúcar. Cubra com papel-alumínio e leve ao forno médio (200º C) por duas horas. A cada 15 minutos, regue com esse molho de vinho. Tire o papel-alumínio e deixe dourar por mais meia hora. Sugestão de acompanhamento: Arroz branco e batatas cozidas. DICA DE HARMONIZAÇÃO: O chester tem a carne mais branca do que a do peru. Então, é vinho branco chardonnay ou espumante brut.

Rodrigo Leitão, especialista em enogastronomia.

O colunista dedica-se há três décadas ao jornalismo e já passou por redações como O Globo, Jornal de Brasília, TV Brasília, TV Band e Rádio Band News FM, em Brasília onde atua no segmento de comunicação e eventos. Rodrigo Leitão organiza anualmente o Brinda Brasil – Salão do Espumante de Brasília, o maior encontro nacional exclusivamente com produtores de espumantes. Ele já atuou nas áreas de Economia, Política, Internacional, Cultura e Saúde, onde conquistou vários prêmios.

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