Celeiro catarinense, Campos Novos sofre com os efeitos da estiagem
Segundo dados da Defesa Civil, colhidos com as cooperativas, os prejuízos devem ficar em torno R$ 130 milhões de reais.
Com uma população aproximada de 38 mil habitantes, Campos Novos é o terceiro maior município do Estado em extensão e o maior produtor de grãos de Santa Catarina, o que lhe confere o título de Celeiro Catarinense. E, é em razão da estiagem que perdura desde o final do ano de 2021, que estão sendo amargadas perdas significativas nas culturas plantadas no município. No mês de dezembro foram registrados apenas 25 milímetros de chuva, longe dos mais de 150 milímetros da média histórica para o mês, o que representa, segundo a Defesa Civil, prejuízos financeiros que ultrapassam os R$ 135 milhões. Tal valor corresponde a aproximadamente 75% de toda a arrecadação anual do município.
Em contato com duas das principais cooperativas do município é possível detalhar os prejuízos causados. De acordo com os dados repassados pela Copercampos, as lavouras de milho deverão ter quedas mais significativas de produção. A área de milho de Campos Novos é 14 mil hectares, 12 para produção de grãos e 2 mil hectares de milho para silagem. A média da última safra foi de 165 sacos/ha, e a queda já estimada é de até 40% desta produção.
São 57 mil hectares de soja em Campos Novos. Destes, a Copercampos atende 28 mil hectares. Os 28 mil hectares se dividem entre as fases de crescimento vegetativo (40%), floração (42%) e enchimento de grãos (18%). Até o momento as perdas em soja chegam a 15%, especialmente nas lavouras precoces. Há uma expectativa que a média de produção dos associados da Copercampos fique em 3 mil kg/hectare, ou seja, 50 sacos/ha. Na última safra, a média foi de 65 sacos/ha.
O presidente da Coocam, João Carlos Di Domenico, também confirma a perda de 50% nas lavouras de milho e de 35 a 40% nas de soja. De acordo com ele, a esperança é que a chuva chegue e possa minimizar as perdas nas lavouras do tarde que ainda não floresceram.
Além das perdas na agricultura, há reflexos negativos também na pecuária, no abastecimento de água, tanto na cidade quanto no campo, nos bebedouros para os animal, além de prejuízos econômicos, públicos e dano humano.
O Poder Executivo Municipal realizou na última semana, uma reunião com Defesa Civil Municipal, com os conselhos, clubes de serviços e entidades municipais e decretou situação de emergência por conta da estiagem. Além disso, segue o atendimento às comunidades. Até o momento, mais de 1 milhão de litros de água foram distribuídos no interior do município e R$ 135 mil foram utilizados pela Secretaria de Agricultura para o combate ao dano humano.