Caso Andressa - Justiça arquiva inquérito

Caso Andressa - Justiça arquiva inquérito

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Notícia atualizada ás 17:30

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A notícia que a comunidade de Luzerna e da região não gostaria de ouvir foi dada na tarde desta sexta-feira pelo Promotor Protásio Campos Neto durante uma entrevista coletiva sobre o caso da morte da menina Andressa. “Por falta de provas de autoria, decidimos por arquivar de maneira administrativa o inquérito sobre a morte da menina Andressa”. Informou o promotor. A notícia foi um duro golpe na comunidade, que esperava que o culpado, ou os culpados, fossem presos, julgados e condenados, mas não significa que a morte de Andressa ficará no esquecimento. “Isso não significa dizer que o Ministério Público se conformou, ou que a polícia desistiu. As investigações vão continuar, mas cabe também a imprensa e a sociedade nos ajudar a encontrar novos elementos”. O inquérito, um grosso volume que ficou o tempo inteiro sobre a mesa enquanto o promotor, o delegado responsável pelo caso e o delegado regional se pronunciavam, percorreu várias vezes o trajeto entre a delegacia e o fórum da comarca, agora não existiriam mais diligências úteis a ser feitas, esse é um dos motivos do arquivamento. Segundo o promotor, não há provas que liguem os três homens que estão presos como suspeitos pela morte da menina, com tudo o que aconteceu. “Seria muito fácil para o MP e para a polícia jogar a culpa em alguém simplesmente para dar uma resposta a comunidade e a imprensa, mas preferimos ser criticados a jogar esta culpa em alguém sem ter provas”. Protásio Campos Neto fez questão de exaltar em todos os momentos o trabalho da polícia civil, que segundo ele “ fez tudo o que era possível para esclarecer os fatos’’. Linhas de investigação O promotor revelou que o MP acompanhou de maneira paralela, sem interferir, durante todo o processo de investigação. Protásio Campos Neto revelou que foram quatro as linhas de investigações. Num primeiro momento uma pessoa chegou a ser presa, era um homem que estava trabalhando em um circo na região. Ele foi liberado por falta de provas. A segunda linha dizia respeito a familiares, em especial o pai. Otávio Holz foi considerado suspeito por se contradizer muito nos depoimentos, por ter ido a um baile 15 dias após a morte da menina e ainda por ter sido ele quem organizou um grupo para encontrar o corpo da filha, já sabendo o local exato onde os restos mortais estariam. A terceira linha de investigação foi feita encima de presos que teriam comentado no presídio de Joaçaba, onde estavam detidos, que teriam ligação com o crime, mas eles negaram em depoimentos. A quarta linha foi seguida após a vinda de uma equipe de investigações da Delegacia de Homicídios da capital. Os policias ouviram várias pessoas, que na época do crime inclusive disseram não saber de nada, e chegaram a três suspeitos, um chacareiro e dois pedreiros, que trabalhavam em uma propriedade próxima do local do crime. Um deles já estava preso por tráfico de drogas, os outros dois foram detidos temporariamente e nenhum deles confessou o crime. Os dois pedreiros serão soltos nos próximos dias. Perdão O Delegado Regional de Polícia, Ademir Tadeu de Oliveira, disse que o momento era de pedir perdão pelas falhas na investigação. “Viemos aqui hoje para nos penitenciarmos das nossas falhas durante a investigação.Temos que reconhecer nossas dificuldades”. O delegado afirmou que no início das investigações solicitou a ajuda da DEIC, mas ouviu dos próprios delegados que não seria necessária a vinda da equipe da capital. “Pode não parecer, mas na primeira semana do desaparecimento fui a DEIC solicitar ajuda, mas eles entenderam que nos tínhamos condições de achar a menina e os culpados sem o auxílio de reforços. Só que hoje infelizmente temos aqui um caso emblemático. Os criminosos estão em nossas mãos, mas não temos as provas. Então, de nada adianta”. O delegado informou ainda que as perícias foram inconclusivas e que não acrescentaram nada ao caso. O fato das pessoas se omitirem, inclusive a família também ajudou a não se chegar aos culpados. “Vejam o caso da mãe. Encontramos uma toalha suja de sangue no quarto da menina dias após corpo ser encontrado. Ela nunca nos procurou para falar sobre isso e disse ainda que não havia notado”. Os suspeitos O delegado Maurício Pretto, que conduziu as investigações, disse que o pai contou muitas versões em todas as vezes que foi ouvido. “O pai foi interrogado várias vezes. Um vizinho disse que ele saiu de moto de casa no dia do crime. Perguntamos para o seu Otávio e ele disse que tinha ido à roça, que não havia saído. Aí falamos do vizinho, ele então voltou atrás. Por esse tipo de coisa foi tratado como suspeito”. Sobre os três presos que trabalharam na obra próximo do sítio, o delegado disse que todos tem ficha criminal extensa. Nos depoimentos que aconteceram ainda antes da chegada da delegacia de homicídios eles já negavam, mas um jogava para o outro qualquer tipo de suspeita. Houve até mesmo acareação, mas as versões foram mantidas. “Não tínhamos contraprova para fazer, já que as provas da perícia foram negativas, então não temos mais o que fazer e não podemos dar seguimento as investigações. Por isso conversamos com o promotor e vamos arquivar o caso. Mas, temos 20 anos para que ele prescreva, assim podemos reabrir com fatos concretos”. Concluiu o delegado. Acompanhe no vídeo o que disse o promotor Protásio Campos Neto sobre o arquivamento

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