Casal vive em barraco dentro do cemitério de Joaçaba
Maria Lopes dos Santos, de 40 anos, e Amazonas Silva, 50, tem como vizinhos os túmulos do Cemitério Municipal Frei Edgar.
Maria Lopes dos Santos, de 40 anos, e Amazonas Silva, 50, tem como vizinhos os túmulos do Cemitério Municipal Frei Edgar. O casal, que é de Joaçaba, há seis meses construiu um barraco e vive em condições extremamente precárias. O mesmo é vivido por um colega deles, que também fez uma moradia no local e mora sozinho.
Na tarde deste domingo, 24, depois que uma leitora denunciou o problema, nossa equipe esteve no cemitério. O casal contou que está há 4 anos junto e que nunca tiveram um lugar digno para morar. Antes de vir pra cá morávamos numa casa abandonada no bairro Santa Tereza, mas um dia entraram lá e roubaram roupas calçados, alguns móveis, ou seja, tudo que a gente tinha. Também já moramos atrás da rodoviária e embaixo da ponte. Relatou Maria. O barraco montado no cemitério é totalmente aberto e abriga duas camas, alguns colchões,roupas e poucos utensílios domésticos que vieram de doações. O chão de terra batida foi coberto com pedaços de madeira, já o telhado, feito com lona, está bastante danificado. Pra preparar os alimentos, uma espécie de fogão foi improvisado com tijolos, embaixo de algumas árvores. O banho e a lavagem das poucas roupas que possuem é feito no rio. Se chove a gente fica sem comer até que pare, para poder acender o fogo e cozinhar lá fora. Explicou Amazonas. Como não tem emprego fixo, eles sobrevivem catando e vendendo material reciclável, fazendo artesanato e cuidando da limpeza de algumas sepulturas. Não podemos sair os dois pra catar as latas porque se deixa o barraco sozinho tem gente que rouba o que temos. Ele lava e limpa ao redor das sepulturas e eu faço o artesanato. Mas esse também já está meio parado porque não tive mais dinheiro pra comprar penas e linhas. Contou a moradora. O casal relatou ainda, que equipes da Prefeitura estiveram no local e até fotografaram o ambiente, prometendo ajuda, porém pouca coisa foi feita. Deram uma cesta básica e falaram que iriam arrumar uma moradia, mas, já fazem seis meses que estamos aqui e nada . Falou Amazonas. Diante disso, eles pedem ajuda. Precisamos de tudo, mas, principalmente um local para morar, porque não adianta ganharmos roupas calçados e comida para ficar aqui e roubarem ou estragar se chover. E outra, logo vem o inverno, não conseguiremos enfrentar o frio desse jeito. Explicou Maria. Por fim, seu Amazonas fez um desabafo. As pessoas pedem como é viver aqui e eu digo que não vivemos, na verdade, sobrevivemos um dia por vez. E sabe? não é fácil. Em função do final de semana não conseguimos contato com o setor responsável da prefeitura, o que será feito nesta segunda-feira, para podermos saber sobre a realidade dos atendimentos prestados ao casal.