Cartórios registram o menor número de nascimentos em janeiro na história

Nove meses após a pandemia instalada no Brasil, casais optam por não ter filhos e número de registros de nascimentos despencou.

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A pandemia do novo coronavírus não só deixou um rastro de mais de 230 mil mortos entre a população brasileira, como também começa a causar impactos futuros, atingindo as taxas de natalidade. Levantamento da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), com base nos registros de nascimentos realizados nos 7.651 Cartórios de Registro Civil existentes, revela queda histórica de 15% nos nascimentos em janeiro de 2021, primeiro mês após o período normal de gestação, desde a chegada da COVID-19 no Brasil, em que os casais optaram por ter ou não filhos, já com a crise sanitária instalada no País.

Os dados constam no Portal da Transparência do Registro Civil (https://transparencia.registrocivil.org.br/inicio), repositório com estatísticas dos atos praticados pelos Cartórios de Registro Civil do País, administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil). Em janeiro deste ano, foram realizados 207.901 nascimentos, número 15,1% menor que o registrado em janeiro do ano passado, quando houve 244.974 registros. O número é 15 pontos percentuais menor que a média histórica nacional do mês de janeiro, desde 2002, que é de 0% ao ano, número que se repete no período anual.

No total, 26 das 27 unidades federativas brasileiras registraram redução no número de nascimentos no mês de janeiro de 2021, em relação ao ano de 2020. No topo da lista com as maiores reduções estão Maranhão (-26%), Amazonas (-23,9%), Roraima (-23,1%), Piauí (-21,3%) e Mato Grosso (-20,8%). Rio de Janeiro registrou queda de -19,3%, São Paulo de -15,7%, Distrito Federal de -15,1%, Rio Grande do Sul de -14,5%, Minas Gerais de -10,7, e Paraná de -9,6%. Apenas o Estado de Rondônia registrou alta, com um aumento de 3% nos nascimentos no período.

A COVID-19 afetou todos os aspectos vitais da população brasileira, sejam eles pessoais, econômicos ou da vida civil. No Registro Civil, que compreende os atos principais de cidadania, já eram nítidos os impactos nos óbitos e nos casamentos, mas agora, passados nove meses desde o mês de abril, verificou-se o primeiro impacto na natalidade da população brasileira. Na pandemia, os casais optaram por adiar o sonho de terem filhos, o que certamente impactará futuramente no desenvolvimento do País, explica o presidente da Arpen-Brasil, Gustavo Renato Fiscarelli.

O número de nascimentos registrados em 2021 ainda pode vir a aumentar, assim como a variação da média anual, uma vez que os prazos para registros chegam a prever um intervalo de até 15 dias entre o nascimento e o lançamento do registro no Portal da Transparência. Além disso, alguns estados brasileiros expandiram o prazo legal para comunicação de registros em razão da situação de emergência causada pela COVID-19.

Fonte:

Arpen-Brasil

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