Cai um monumento - O fim da ponte Emílio Baumgart
A ponte representou um marco na engenharia mundial pela técnica utilizada em sua construção.
O Portal Éder Luiz exibe neste domingo a última parte de uma série de artigos e reportagens sobre a histórica ponte Emílio Baumgart, construída entre os municípios de Joaçaba e Herval d´Oeste na década de 30. A ponte representou um marco na engenharia mundial pela técnica utilizada em sua construção, o concreto armado. Ela não resistiu a enchente de 1983 e caiu no dia 8 de julho daquele ano. Seus escombros estão até hoje no local em que imponente ficava, a maior parte dentro do Rio do Peixe.
Nesta última parte o leitor lerá o relato do desespero que tomou conta de Joaçaba e Herval ao ver a destruição de um de seus maiores orgulhos. O material exibido pelo Portal foi elaborado pelo pesquisador Marckson Theones Kielek, que também separou um vasto acervo em fotos.
Este é um resgate histórico dos municípios de Joaçaba e Herval e da região.
A queda de um monumento
Com o passar dos anos, as construções se multiplicaram, foram feitas novas ruas, avenidas e até um deslocamento expressivo do Rio do Tigre, com aproximadamente 20% do seu leito normal cedendo espaços para as novas construções. No ano de 1975, nas margens do Rio do Peixe (Joaçaba), deu-se início a uma construção que seria um dos principais fatores para a queda da ponte tempo depois. O Ministério Público de Joaçaba entrou com uma ação civil pública em 2010, que buscava a demolição do Edifício nas margens do Rio do Peixe, após constatação que o leito original do Rio do Tigre foi alterado em sua foz para a construção do prédio.
Com a redução do leito do rio, houve um aumento no volume das águas, na qual “forçou” sua velocidade e consequentemente a sua elevação.
A enchente ocorrida no dia 07 de Julho de 1983 foi a mais trágica da história, pois, causou a destruição de muitas casas, empresas, pontes, entre elas estava o monumento histórico da engenharia mundial, a Ponte Emílio Baumgart. Quem mudou o nome da ponte do Herval para Ponte Emilio Baumgart foi o Interventor Federal em Santa Catarina no Governo Getúlio Vargas, o Sr.Nereu de Oliveira Ramos, porém isso aconteceu após a morte do engenheiro e idealizador do projeto, no ano de 1943.
Algumas autoridades relacionam a queda da ponte como “algo criminoso”, pois, em ambos os lados da estrutura, foram construídas edificações que seriam contrárias às leis ambientais.
Cada minuto era uma eternidade, pois as águas do Rio do Peixe não paravam de subir. A ponte começou a “sofrer” danificações em sua estrutura, por causa da grande quantidade de destroços, que vinha sendo arrastada de uma forma aterrorizante pela força das águas. As autoridades, temendo o pior, interditaram a segunda ponte (Jorge Lacerda), ficando as duas cidades (Herval d´Oeste/Joaçaba) ilhadas literalmente, sendo o único meio de acesso para ambas às cidades um trajeto de 16 km longe do centro das cidades.
Na madrugada do dia 08 de julho de 1983, as pessoas que estão acompanhando o desfecho da situação ouvem um estouro, uma explosão,um clarão apareceu na noite chuvosa, as ligações de energia e de telefone foram arrancadas (pois, as mesmas estavam na lateral da ponte). A fundação foi solapada, começa a ficar mais crítica a situação da Ponte. A ponte caiu...A ponte caiu” exclamou aquela multidão. Foi uma questão de segundos para ver o seu bem maior ser destruído e engolido pelas águas.
A ponte suportou várias enchentes e permaneceu em pé durante 53 anos até ser destruída por essa enchente que devastou e arrasou a cidade e seus arredores.