Buraqueira e mortes na 282 entre Irani e Ponte Serrada revoltam deputados
“Não vai parar enquanto não arrumar, enquanto não fizer uma mudança e não é jogar um bocadinho de brita, que não resolve nada.
A buraqueira que tomou conta do trecho da BR-282 entre o trevo do Irani e Ponte Serrada e as duas mortes causadas pelo desvio dos buracos em ziguezague revoltou integrantes das bancadas do PT, União Brasil, PL e MDB durante a sessão de terça-feira (21) da Assembleia Legislativa.
“O trecho entre Ponte Serrada e Irani está intransitável, se tem alguém que não conhece esse martírio, convido a pegar seu carro e se deslocar para este trecho. Os caminhões ficam desviando um buraco do outro e aconteceu um acidente com duas mortes causadas pelo fogo”, lamentou Luciane Carminatti (PT).
Segundo a parlamentar, os acidentes continuarão acontecendo.
“Não vai parar enquanto não arrumar, enquanto não fizer uma mudança e não é jogar um bocadinho de brita, que não resolve nada. Foram duas vidas que estavam trabalhando”, lamentou a deputada, que sugeriu uma atuação conjunta da Casa para pressionar o governo federal. “A responsabilidade é da União, dos deputados federais e senadores”.
Vários deputados concordaram com Carminatti e criticaram duramente o Dnit e o governo federal pela situação crítica do trecho.
“Um tentou desviar um buraco indo para o centro da pista e provocando o acidente. Passei lá na quarta-feira e vi cinco carros trocando pneus. Ontem procurei informações junto ao Dnit e temos que fazer uma audiência, procurar uma solução, é um problema federal, a bancada federal e os senadores têm de se manifestar, já que a licitação para o trajeto deu deserta”, revelou Maurício Eskudlark (PL), que sugeriu levar o assunto para discussão da Mesa Diretora.
“A BR-282 merece muito mais atenção e o discurso que a senhora fez para a BR-282 se encaixa na BR-470 e na BR-163. Veio uma comitiva do Dnit com o pretexto de fiscalizar a BR-470, pousaram em Navegantes e não foram até Blumenau. O desrespeito para com Santa Catarina não vai mais ficar impune, é com os recursos dos catarinenses que mantemos essa estrutura”, desafiou Ricardo Alba (União).
“Se nos reunirmos todos nós e elaborarmos um documento para eles terem conhecimento do fato? Vamos apresentar essa queixa”, indicou Osmar Vicentini (União), referindo-se ao Dnit e ao desconhecimento do órgão sobre a situação das estradas federais que cortam o estado.
“Houve um gravíssimo acidente entre Irani e Ponte Serrada com mortes. Nunca vi a BR-282 em estado tão crítico, eu sei que o Dnit vai dizer que está lançando licitação e que demora, mas tem de ir lá fazer um trabalho de emergência, não dá para deixar assim”, advertiu Neodi Saretta (PT).
“Quero destacar que se temos obras andando em rodovias federais em Santa Catarina, elas estão andando graças aos recursos dos catarinenses, graças aos recursos do governo do estado”, assinalou Mauro de Nadal (MDB).
O deputado lembrou que foram destinados R$ 100 mi para a BR-163; R$ 300 mi para a BR-470; e R$ 50 mi para a BR-280.
“Estive na região Oeste este final de semana e passei pela BR-282, a rodovia em que aconteceu um acidente gravíssimo por culpa dos buracos; passei pela BR-158, lá a situação já está bastante crítica; passei também pela BR-163 e já tem alguma coisa de obra em concreto, fruto dos recursos repassados pelo governo do estado”, discursou Valdir Cobalchini (MDB), acrescentando que a Bancada do Oeste pediu audiência ao Dnit e aventou a possibilidade dos deputados estaduais irem até Brasília em caravana.
“A gente vê pouco investimento do governo federal”, concordou Moacir Sopelsa (MDB), presidente da Casa.