Baixa visão: um risco para até 36% dos brasileiros que convivem com a miopia

Pouco conhecida, a perda visual pode afastar os brasileiros do convívio social e trazer impactos financeiros.

, 1.089 visualizações
pp_amp_intext | /75894840,22657573340/EDER_LUIZ_AMP_02

O Ministério da Saúde indica que até 36% da população brasileira receberam o diagnóstico de miopia em algum momento da vida. Hoje, essas pessoas usam óculos para garantir a acuidade visual. Mas não basta apenas corrigir o problema, é necessário tratá-lo já que a miopia é a principal causa de perda visual moderada e severa em todo o mundo.

Trata-se de um distúrbio refrativo onde a imagem se forma antes da retina, ponto que permite a captação da imagem pelo nervo óptico. Como consequência, o míope perde definição e nitidez nas imagens vistas de longe e precisa usar óculos para corrigir o problema. O que nem todo mundo sabe é que a miopia precisa ser tratada com o acompanhamento de um oftalmologista para evitar que progrida até um quadro de baixa visão, explica a oftalmologista Dra. Debora Sivuchin.

Miopia ou baixa visão?

Ser míope não significa ter baixa visão, porém o problema pode evoluir e, quando alcança visão abaixo de 20% nos dois olhos, já é considerada baixa visão3. Esse diagnóstico impacta na vida do indivíduo como um todo. Tarefas domésticas e cotidianas se tornam desafiadoras e a independência também diminui conforme o grau de correção visual aumenta, explica a especialista.

O problema afeta também os cofres já que os erros refrativos não corrigidos – entre eles a miopia e a baixa visão - provocam uma diminuição de produtividade direta ou indiretamente, causando uma perda de até 269 bilhões de dólares ao redor do mundo. São pessoas que enfrentam dificuldades ao longo de toda a vida, desde sua formação escolar porque não têm acesso a literatura braile ou lupas, até sua atuação no mercado, já que ficam reféns de subempregos, esclarece. Para se fazer uma comparação, a Organização Mundial da Saúde estima que o custo para tratar esses problemas é de 28 bilhões de dólares ao longo de cinco anos.

Entre as causas de miopia, a longa exposição a aparelhos eletrônicos como celular, tablet, computador e televisão têm liderado. Em seguida, leituras muito próximas aos rostos e por longos períodos até a pré-disposição genética também estão listadas. É preciso ter atenção a exposição à luz azul. Crianças em idade de alfabetização e até menores são as mais suscetíveis aos danos que essa luz provoca. Além disso, o globo ocular da criança está em desenvolvimento e cresce em conjunto com seu organismo, por isso a exposição torna o crescimento irregular e proporciona o desenvolvimento de erros refrativos como a miopia.

A especialista explica que o tratamento pode consistir no uso de lentes rígidas durante a noite, mas o mais comum e amplamente indicado é uso do colírio de atropina. Além disso, a classe médica entra em consenso ao indicar uma forma peculiar de combater e evitar a progressão da miopia: brincar ao ar livre! Ainda não se sabe ao certo qual o mecanismo que contribui para a redução da progressão do problema ao adotar esse tratamento, mas estudos indicam que focar a visão em objetos distantes pode ser a resposta. Independente do motivo, o esforço vale a pena: a OMS indica que reduzir a progressão da miopia em 50% combate a prevalência da baixa visão em 90%1.

Fonte:

Larissa Ferreira - Assessoria de Comunicação

Notícias relacionadas