Aluno que perdeu visão em acidente em escola do Oeste será indenizado e terá pensão vitalícia
O acidente aconteceu em 2008, durante aula de educação física.
Um estudante que ficou cego do olho esquerdo após acidente com rede de vôlei na escola em que estudava, em Concórdia, no Oeste catarinense, deverá receber R$ 30 mil de indenização por danos morais, mais pensão vitalícia de meio salário mínimo. A decisão é da 3ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de Santa Catarina.
O acidente aconteceu em 2008, durante aula de educação física, quando o estudante tinha 10 anos de idade. O choque com a rede de vôlei, colocada em local inadequado, o fez cair. Além do ferimento no olho, o estudante teve traumatismo craniano, motivo pelo qual precisou ficar internado por três dias.
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Na ação inicial, a família do aluno pediu indenização de 200 salários mínimos, mais pensão vitalícia de um salário mínimo. O Estado, responsável pela escola, apresentou contestação e alegou que o acidente se deu por culpa exclusiva da vítima. A 1ª instância atendeu a família, mas fixou a indenização em R$ 30 mil e a pensão em meio salário mínimo, a partir do aniversário de 14 anos do estudante.
Da sentença, o Estado apresentou recurso ao TJSC. Pediu a redução do valor da indenização por considerá-la em patamar exorbitante, permitindo o enriquecimento sem causa da família. Também pediu a exclusão da pensão mensal por entender não ter sido comprovada a incapacidade do postulante e por considerar que o aluno se encontra incapacitado apenas para atividades laborativas que demandem boa visão binocular. Não foi atendido.
O relator do caso no TJSC anotou, sobre a pensão, que o valor mostra-se adequado e razoável. Considerando-se a gravidade da culpabilidade do Estado, a vulnerabilidade da vítima, de tenra idade, e que a indenização fixada também é forma de prevenção em relação a novas práticas irregulares, verifica-se que a quantia arbitrada pelo magistrado está em consonância com os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade.
Em relação à pensão, o relator citou o artigo 950 do Código Civil, que diz: Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu.
O relator acrescentou que no caso em tela a prova pericial judicial realizada atestou que, em função da perda da visão do olho esquerdo, houve perda da capacidade laborativa, ainda que somente em relação às atividades que exigem a visão binocular