Adolescente morto pela PM em SC já estava rendido quando foi baleado

Imagens das câmeras corporais da PM contestam versão inicial, de que ele teria tentado agredir policiais.

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Foto: Reprodução
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Imagens obtidas com exclusividade pela jornalista Damara Spautz nesta terça-feira (12) mostram que o adolescente morto pela Polícia Militar no dia 7 de março em Ibirama, no Alto Vale do Itajaí, já estava rendido e com as mãos para o alto quando recebeu os tiros disparados pelos policiais. O caso ocorreu em frente ao Instituto Federal Catarinense, para onde o adolescente fugiu após ter ameaçado a mãe com um faca e enviado mensagens ameaçadoras a colegas.

A gravação foi feita pela câmera corporal de um dos policiais que atuaram na ocorrência. A sequência mostra a viatura em busca do adolescente e o momento em que é localizado. Ele está com as mãos levantadas ao lado do corpo, em sinal de rendição, e caminha para trás quando é atingido por tiros. Em seguida, já caído no chão, é algemado.

As imagens contestam a versão divulgada inicialmente pela Polícia Militar. Em nota do dia 8 de março, a PM informou que os policiais dispararam para conter o adolescente porque ele teria avançado contra eles:

“A guarnição da Polícia Militar deu ordem àquele (o adolescente) para cessar a ação e largar a faca, a qual não foi acatada, vindo ele, ainda de posse da faca, a avançar em direção aos policiais militares, os quais tiveram de repelir à injusta agressão, disparando contra o jovem”.

A coluna questionou a Polícia Militar sobre as imagens da ocorrência. A comunicação da PM informou que foi instaurado inquérito e que o fato “está sendo analisado pelas instâncias competentes”, “como todas as ocorrências, e principalmente as de confronto”. O comando local ainda não se pronunciou.

Veja a nota emitida pela PMSC:

“A Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC) esclarece que, a respeito da ocorrência citada, instaurou inquérito Policial Militar para apurar os devidos fatos. Conforme previsto em lei, o devido processo segue de forma sigilosa, para que não atrapalhe as investigações até a data de sua finalização no prazo de 30 dias, podendo ser prorrogáveis de acordo com a necessidade”.

O caso também é apurado em um inquérito pela Polícia Civil.

Fonte:

NSC

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