A Trajetória no Cinema de Felipe Ferreira de Jesus

Conheça a história de Felipe, que está radicado em Joaçaba, na Coluna Cultura em Cena, escrita pelo produtor cultural Omar Dimbarre.

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O sábado chegava sacudindo o cansaço de uma semana de trabalho e abrindo passagem para que a magia da sétima arte, acondicionada em pequenas fitas VHS, invadisse as residências durante o final de semana.

Ilceu apanhava sua bicicleta, pedalava cerca de uma hora até a locadora de vídeos que ficava na região central de Lages, empilhava 7 filmes sobre o suporte que havia na garupa, e retornava para casa. 

E então, o menino Felipe, o seu pai Ilceu, e a sua mãe Salete, embarcavam em uma viagem fantástica, percorrendo lugares distantes jamais vistos, através de histórias fantásticas jamais imaginadas.

A segunda-feira chegava empurrando o domingo e decretando um novo dia de trabalho para os pais, que deixavam Felipe sob os olhares cuidadosos da sua avó Selma, e durante a semana passava as tardes com os olhos grudados na televisão, sintonizada na Sessão da Tarde da Rede Globo.

As inúmeras sessões de filmes que invadiam os dias de Felipe tornaram-se combustível para impulsionar a sua criatividade, e nas brincadeiras que aconteciam na cozinha de sua casa, seus carrinhos e bonequinhos passaram a ganhar vida, em histórias que eram criadas pelo fruto da sua fértil imaginação.

E quando os filmes começaram a ser invadidos pelos super-heróis vindos do mundo das HQ´s, Felipe incorporava o aracnídeo mais famoso do mundo, e perambulava pelos cômodos da casa, se imaginando o próprio Homem-Aranha, pronto para enfrentar seus inimigos.

O papel também servia como porto de desembarque da sua imaginação, e através de contornos traçados pelo lápis preso em uma das suas mãos, preenchia folhas de caderno com imagens que estavam moldadas em sua mente. Muitas delas, saídas das várias sessões de Dragon Ball e de outros animes. Os desenhos eram separados por quadros até preencherem uma folha, formando uma história em quadrinhos completa, onde os personagens se conheciam e lutavam entre sí.

“Eu fazia desenho em quadrinhos, na verdade. E ninguém percebeu isto. E eu era criança e ninguém me falou – Cara tu ama isto, tu desenha, e tu conta histórias, e foi indo, eu sempre fui bem em artes, adorava desenhar, sempre adorei ler, e estas coisas, mas sempre foi como um hobby,”

Star Wars

Há muito tempo, em uma sala de aula muito, muito distante...

O Universo Star Wars ainda estava localizado numa galáxia muito, muito distante, quando aos 12 anos de idade, ao folhear revistas velhas em busca de fotografias para colagens em um trabalho solicitado pela professora de artes, Felipe foi impactado com uma matéria sobre o relançamento da trilogia original da saga Star Wars, armazenada em um belíssimo box prateado. Dentre as tradições culturais que permeavam o seu seio familiar, estava a sugestão de um presente um pouco mais caro, feita pelo aniversariante, e magnetizado pela imagem encontrada, imediatamente sua escolha foi consumada. Recortou a foto, carregou-a consigo até sua casa, e apresentou aos seus pais o seu desejo para o aniversário daquele ano.

“Levei para eles e meu pai disse – Cara, você sabe que isto aqui é filme velho. Tú não vai gostar de filme velho !” Sendo que eu assistia filme velho com ele há muito tempo. - Você sabe que os efeitos não vão ser como você tá vendo agora, você quer mesmo ? Ele não entendia o porquê eu estava aficionado por aqueles filmes.”

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Sem fazer a mínima ideia de onde encontrar o box, após várias buscas frustradas seu Ilceu dirigiu-se até o proprietário da Top Vídeo Locadora, na época a mais badalada da cidade, procurando uma solução, e conseguiu encomendar o almejado presente pela internet, o que era raro na época.

“Eu lembro até hoje. Lembro que tinha uma TV de 20 polegadas na cozinha, a única que tínhamos, e puxávamos num suporte para assistir na sala. Eu tava sozinho quando abri o box do Star Wars e coloquei o primeiro dvd.”

“Era o do “Uma Nova Esperança”, que hoje é o “Star Wars 4”, e a hora que dei play, eu não sabia de nada, não sabia da história, e a abertura do filme é uma Nave atravessando o espaço. Só que ela é filmada de um jeito que começa por cima da tela, fica passando, passando, passando, não acaba nunca. É uma nave gigante perseguindo uma navezinha pequena, que é o Império, contra a Rebelião. A hora que eu vi aquela cena, mesmo não entendendo tudo o que ela representava, eu me apaixonei.”

“Eu vi vários cineastas falando também que quando viram esta cena, se apaixonaram, porque é a magia pura do cinema. Eu assisti o primeiro filme, assisti o segundo, assisti o terceiro. Este box foi meu primeiro dvd. E tinha os extras. Eu nunca me esqueço que eu fui assistir os extras, mostrando como o diretor George Lucas tinha criado aquele universo, e eu disse – Cara, eu quero trabalhar com isto. E a partir dali eu comecei a pensar que existe uma indústria, que existe uma proposta de trabalho, e depois disso eu queria trabalhar com cinema.”

“Depois disso, todo filme que eu assistia eu lia atrás da capa quem era o diretor, queria saber que outros filmes ele tinha feito ou ia fazer. Nas críticas em revistas, sempre indicavam filmes que se assemelhavam, eram dos anos 90, 80, 70 e até mais antigos, eu pegava o nome destes filmes e tentava encontrar. Tinha um site na internet com uma lista “Os 100 melhores filmes de todos os tempos”, pedi para minha mãe imprimir, defini como meta assistir todos, o top 10 eram filmes que eu não conhecia, como “O Poderoso Chefão” de Francis Ford Coppola, “Amarcord” e “8 ½” de Federico Fellini, ”Janela Indiscreta” e “Um Corpo que Cai” do Hitchcock. Até filme japonês, do diretor Akira Kurosawa. Eu fazia isto com 13, 14 anos, só que a única locadora que tinha filmes antigos na sessão clássicos, era está lá no centro onde o pai pediu pra comprar o box, a Top Vídeo, só que a gente não locava sempre lá, era do centro, era dos ricos, as únicas coisas que a gente conseguia locar eram estes clássicos, eles eram mais baratos, por que ninguém se interessava. Os filmes novos e lançamentos, a gente locava em locadora de bairro.”

Sessões em Cinema de Rua  

As imagens reproduzidas na tela da televisão tornaram-se pequenas para comportar o tamanho da paixão pela cinema que Felipe nutria, e somente uma tela grande, capaz de proporcionar aquela sensação de imersão no filme, lhe permitia extravasar o seu encantamento pela sétima arte. E foi neste momento, durante a adolescência, que o Cine Marrocos, um cinema de rua de Lages, buscando atrair um público cada vez mais acostumado a assistir filmes na comodidade das salas de suas casas, baixou os valores dos ingressos das sessões das quartas-feiras, para menos da metade do preço normal. E a quarta-feira entrou no calendário cultural do jovem entusiasta cinematográfico e de sua mãe, e em um ritual quase sagrado, em que toda semana seguiam juntos para mais uma sessão de cinema. Como recordação desta época bonita, 200 ingressos permanecem guardados.

Filme de Faroeste 

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A passagem da vida de espectador para realizador aconteceu na adolescência, e foi sinalizada por um câmera fotográfica digital adquirida pela mãe de um amigo. Nascia neste momento a oportunidade da primeira filmagem, e as imensas pedras de uma pedreira desativada ao lado da estrada da ferro, serviram como cenário, e também como inspiração para criar os personagens que entravam em cena: uma mocinha que era raptada por um vilão nazista, a morte como mensageira, e o trem que ainda passava por ali, e que era responsável pelo momento mais tenso da produção, quando apontava nos trilhos e a vítima que encontrava-se amarrada em seu caminho gritava desesperadamente. O suspense estava criado, e era intensificado na edição, que intercalava a cena do grito de horror, com o trem passando, criando a sensação de uma morte trágica. Infelizmente as filmagens daquela época se perderam, mas continuam as lembranças e a união dos amigos.

Ensino Médio 

Os questionamentos sobre “O que você vai fazer da tua vida” começaram a pipocar nas conversas, e a paixão pelo cinema começou a traçar um sonho que muitas vezes soava como muito distante. Na época, estudar cinema estava ligado com estudar na UFSC na capital catarinense, e para tanto havia a necessidade de bancar as despesas de moradia e alimentação. Algo que estava muito distante da realidade em que vivia.

“Hoje tem oficinas, tem curso on-line, tem técnico, tem várias faculdades, e na época só tinha isto. Tinha o curso da UFSC que era famoso e quem queria estudar cinema tinha que ir para lá, e ai eu comecei a traçar outros planos, tipo eu pensava primeiro eu vou ter que me formar em um trabalho normal para conseguir juntar uma grana, para depois estudar cinema, porque eu sabia que minha família não tinha condições financeiras para bancar uma faculdade. Eles falavam - olha a gente vai te dar comida e teto e o resto você se vira. Quando eu estava no ensino médio eu comecei a estudar pra caramba para conseguir uma bolsa no ProUni, pra fazer alguma faculdade, mas já tinha desistido de fazer cinema. Não era a minha meta primeira, e isto me deu um branco, eu me afastei da ideia do cinema”

Ensino Superior

Após a conclusão dos estudos no ensino médio, conquistou uma bolsa de 100% para cursar Publicidade e Propaganda na Unifacvest, mas por falta de quorum mínimo o curso foi cancelado.

“Falaram para mim, - Você vai perder a bolsa porque não fechou turma. Era uma bolsa de 100% e para a trajetória da minha família, esta bolsa era uma oportunidade única. Eu fui a primeira pessoa da família a ter oportunidade de fazer uma faculdade. Nisso, me deram a oportunidade de escolher outro curso e transferir a bolsa, mas eu nunca tinha cogitado nenhum outro curso, nada. Nunca quis ser administrador, nunca quis ser advogado, médico, seja lá o que for. Então escolhi Psicologia, sempre gostei muito de ler sobre vários temas, e a grade de psicologia tem um pouco de tudo. E pensei -Ah eu vou fazer. Vou fazer 6 meses pra ver se eu gosto. E entrei nesta mesmo de aproveitar a bolsa. Eu pensava que não podia perder aquela oportunidade de estudar porque era única chance que a gente tinha de melhorar de vida. E acabou que eu gostei do curso e fiquei até o final, eu estudava durante a noite, e nesses cinco anos de faculdade durante o dia, fiz de tudo um pouco, em mercado, material de construção, entreguei panfleto no sinal, até que fiz um curso de design e entrei para o marketing. Trabalhei em 3 empresas onde tirava foto, editava, escrevia, fazia de tudo.”

Filme sobre a Araucária 

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A imponente Araucária, árvore de beleza extraordinária, registro vivo do período Jurássico, época em que os dinossauros andavam sobre a Terra, é característica do município de Lages e serviu como tema para um curta-metragem realizado enquanto Felipe cursava o penúltimo ano de Psicologia. A Universidade lançou um concurso de filmes entre seus alunos, objetivando a criação de um Festival de Cinema. “- Estava na rotina maluca da universidade a noite e do trabalho durante o dia, mas a hora que vi, logo decidi que iria fazer um filme para participar”. Três amigos foram convocados para a execução do projeto, e com uma câmera fotográfica digital em mãos, mesclou documentário com ficção, e usando como mote a descoberta de uma muda no quintal de casa, e a transferência dela para ser plantada em um sítio, filmou as araucárias que habitavam a área urbana de Lages, em meio aos edifícios, em quintais e ao lado da catedral, e inscreveu o filme no Festival, que acabou sendo exibidos para um público de cerca de 500 pessoas.

Coletivo de Cinema em Lages 

Cerca de um ano após a realização do festival na universidade, a Casa da Cultura da Prefeitura Municipal de Lages promoveu uma oficina de cinema durante 3 dias, que foi ministrada por Fernando Leão, um diretor de cinema conhecido na região serrana, e reuniu pessoas aficionadas pela sétima arte, das mais diferentes profissões, e ao final do curso surgiu a ideia da criação de um Coletivo de Cinema na cidade.

“Foi quando comecei a me conectar novamente com o fazer cinema. Pensei - Ok, dá para fazer vamos lá ! Nesta oficina eu escrevi um roteiro já pensando em filmar, e depois este grupo fez um curta-metragem lá na cidade, só que minha vida virou uma bagunça de novo. Tinha criado minha turma de cinema, mas eu me formei e precisava sobreviver. Precisava ganhar dinheiro. Comecei a fazer concursos públicos, até que tive mudar de Lages. Este coletivo audiovisual de Lages hoje tá gigante, é o CAL, mantenho contato com alguns integrantes, eles já ganharam vários editais catarinenses de cinema, gravaram curtas-metragens, e criaram uma Mostra de Cinema que possui várias edições. Em 10 anos os caras evoluíram muito, colocaram a Serra Catarinense no mapa do audiovisual”.

Pós-graduação em Cinema 

A sonhada oportunidade de estudar a sétima arte se materializou quando já estava residindo em Videira, e fazendo da psicologia sua profissão. O caminho começou a ser descerrado com a inscrição em um curso de pós-graduação em cinema na UTP - Universidade Tuiuti do Paraná, em Curitiba. Foi nesta mesma universidade que em 2003, o diretor norte-americano Francis Ford Coppola, o cineasta de “O Poderoso Chefão” e “Apocalipse Now” participou de um bate-papo de 2 horas com os alunos de cinema. Copolla encontrava-se visitando Curitiba na época como parte de uma série de visitas em algumas grandes cidades do mundo pesquisando sobre soluções urbanas viáveis, para o projeto do seu filme “Megalópolis”.

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Foram 2 anos de curso, deslocando-se a cada 15 dias para a capital paranaense, consumindo muito cinema, especialmente cinema oriental e europeu, tendo aulas ministradas por professores oriundos de diversos países. Além das aulas, passou também a ter acesso a toda efervescência cultural que rola na cidade, participando de festivais, festas alternativas, exposições de arte ao ar livre, teatro, museu, fazendo deste tempo, um período de grande descoberta cultural e crescimento como ser humano.

“Quando eu terminei a faculdade de cinema, eu tinha que fazer um TCC e ai eu tive aula de roteiro com a roteirista Ana Johan, que inclusive este ano foi premiada pela Associação Brasileira dos Roteiristas com o filme “A Mesma Parte de Um Homem”. O meu TCC foi um roteiro de curta-metragem de animação chamado “Clara”, a história de uma menina esquimó que se perde na neve e é salva por um lobo. Depois disso, eu decidi focar na área de roteiro.

E paralelo a isto eu fiz um curta-metragem em Videira. Chamei meus amigos e gravamos um filme sobre um assassino de aluguel, que é contratado para um serviço, e quando ele vai matar a vítima acaba descobrindo que era seu próprio contratante. O cara contratou a própria morte. Esse filme foi selecionado para passar na Mostra de Cinema de Lages, da galera do coletivo, e foi onde eu exibi meu primeiro curta-metragem oficial.

A partir disso, comecei a estudar muito, quando tinha possibilidade viajava para São Paulo para participar de laboratórios, comecei a pesquisar como fazia para entrar nesse mercado de roteirista, conhecer outras pessoas que também tinham esse desejo e assim fui me desenvolvendo na área.”

O Sonho se Concretizando 

O sonho que um dia nasceu numa galáxia muito, muito distante, e como a Nave que surgiu na tela, parecia nunca terminar, tem encontrado o seu caminho rumo a novos horizontes com o reconhecimento do seu talento.

Memórias 

“A minha vó tem umas fotos antigas, e eu pensei: - Eu vou filmar ela contando a história destas fotos. E passei uma tarde inteira com ela, conversando e gravando. Acabei fazendo um filme “As Fotos de Minha Vó”, mas eu não queria que ele ganhasse o mundo, era muito intimista, pessoal, só fazia sentido pra mim, se ele fosse exibido na minha terra natal.

E então teve a Mostra de Cinema em Lages, eu me inscrevi e fui selecionado, convidei minha família toda para ir assistir. Meu pai, minha mãe, minha avó, outros netos e filhos dela, e o grande público, quando passou o filme na tela grande foi uma recepção que eu não esperava, a galera se emocionou, riu, chorou, uma catarse. Cara, eu nunca vou esquecer, a sonoridade do cinema é outra, hoje a gente tá acostumado a ver na TV, no celular, e quando você faz algo e passa no cinema a imersão é outra. No fim, cada diretor tinha que ir lá na frente apresentar e falar sobre o filme, e eu falei - Esta aqui é a minha avó de verdade, inclusive, ela está aqui na plateia”. A hora que eu falei isto, as pessoas falaram – Como assim ela tá aqui ? Eu fiz ela se levantar, e todo mundo bateu palmas para ela. Nossa foi demais!”

FRAPA – Festival de Roteiro Audiovisual de Porto Alegre 

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É considerado o maior evento inteiramente voltado ao roteiro, da América Latina, e em 2019, Felipe se inscreveu na categoria Piloto de Série, com o roteiro “O Lado Oculto” que gira em torno de uma investigação realizada pelo psicólogo Josias, após o misterioso desaparecimento de sua filha, o que o leva a trabalhar em um hospital psiquiátrico em uma cidade do interior, onde alguns pacientes relatam que tiveram seus filhos raptados. 196 participantes concorreram, e Felipe ficou entre os 20 melhores.

ROTA – Festival de Roteiro Audiovisual 

Após o Frapa, Felipe inscreveu “O Lado Oculto” no ROTA – Festival de Roteiro Audiovisual realizado no Rio de Janeiro, e novamente terminou entre os semifinalistas. Em 2022, retornou ao festival com o projeto, participando de rodadas de negócios com grandes produtoras. 

Roteiro de Longa-metragem 

O primeiro roteiro de longa-metragem baseou-se na sua experiência como psicólogo na área social, quando atuava diretamente com crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade, o roteiro chamado “Liberdade” foi remetido à Trupe Filmes, produtora de São Paulo que aprovou e adquiriu os diretos para produção do filme.

Concurso de Roteiros organizado pela atriz Lucy Ramos

Durante a pandemia a renomada atriz Lucy Ramos organizou um concurso nacional de roteiros, buscando algo com características populares e comerciais, e Felipe foi premiado com o roteiro de uma série intitulada “Carolina”, uma comédia romântica baseada em seus próprios relacionamentos amorosos. O concurso reuniu diversos talentos brasileiros. O projeto atualmente encontra-se com a atriz e produtores, aguardando para ser produzido.

Prêmio Catarinense de Cinema

Em 2021 foi contemplado com o Prêmio Catarinense de Cinema, na categoria “Desenvolvimento de Projeto de Longa-metragem ou Obra Seriada” com o roteiro “Onde Está Minha Mãe ?” que conta a história de um menino da periferia que a mãe desaparece após o primeiro dia de emprego como doméstica no condomínio mais rico da cidade.

“É um suspense, onde este menino faz uma investigação por conta própria, tentando descobrir onde está a mãe dele e o que pode ter acontecido. E isto remete muito a minha história pessoal, aonde me criei, a questão econômica da minha mãe. Ela me contou que quando eu era bebê, durante 6 meses eu dormia na casa da minha avó porque ela ia trabalhar como empregada doméstica, então, comecei a trazer muito das histórias da minha infância, do que é verdade pra mim, e estourou, ganhei o Prêmio Catarinense de Cinema. ”

BrLab Santa Catarina 

O BrLab é um laboratório de criação e desenvolvimento de projetos audiovisuais visando o mercado e profissionais catarinenses, e a primeira etapa que aconteceu entre os dias 1 e 8 de julho deste ano, contou com Felipe Ferreira como um dos selecionados com o roteiro “Onde Esta a Minha Mãe ?” Durante o laboratório, o criador recebeu consultoria de profissionais de renome nacional, visando o aprimoramento do roteiro. 

Quarta Coletivo Audiovisual de Joaçaba e Herval d´ Oeste

Visando a produção de obras audiovisuais e fortalecer o cenário local, com o foco voltado às coisas que acontecem na região, nasceu o Quarta Coletivo Audiovisual de Joaçaba e Herval d´Oeste. Uma parceria entre os artistas e amigos Felipe Ferreira de Jesus, José Barancelli e Carlos Eduardo Carvalho.

Realidade Atual 

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Felipe está radicado em Joaçaba há mais de 4 anos. “A minha jornada hoje está dividida entre a psicologia, que é minha fonte principal de sobrevivência, e a dedicação aos projetos de cinema. Ano passado começou a entrar uma grana do Edital Catarinense de Cinema, que é um incentivo público muito importante. Escrevo roteiros e projetos e apresento para produtoras. Aos poucos vou criando um nome que permite ter essa abertura no mercado”.

Para conhecer mais sobre o artista Felipe Ferreira de Jesus acesse a sua página no Instagram @felipeffj

Para conhecer mais sobre o Quarta Coletivo Audiovisual de Joaçaba e Herval d´ Oeste  acesse a página no Instagram @quartacoletivodecinema

Cultura em Cena é uma coluna escrita pelo produtor cultural Omar Dimbarre, para destacar o que se faz no meio cultural da região.

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