A história revelada! Conheça a guardiã do túmulo do Oscar e por que ele foi sepultado as marges do Rio do Peixe
Um crime cruel cometido por vingança e uma história de dedicação a memória de parte da história de Herval.
Pelos trilhos da antiga estrada de ferro, esquecidos pelo tempo, em Herval d´Oeste, muitas histórias se passaram. Uma delas permanece um mistério até os dias de hoje. Próximo das margens do Rio do Peixe, jaz o Oscar, sem muitas informações em sua lápide. O túmulo é o único fora de um cemitério na área urbana de Joaçaba e Herval e muita gente nem sabia que ele existia.
Mas este mistério ganhou contornos e alguns detalhes depois que visitamos o local e fizemos uma reportagem mostrando o túmulo do desconhecido. Através de vários contatos de leitores interessados e curiosos, descobrimos um pouco da história do Oscar e seu triste fim e também que uma pessoa é a guardiã de sua memória e do túmulo.
O triste fim de Oscar
Segundo relatos, foi entre 1920 e 1930 que o triste fim dos Oscar aconteceu. Sua morte teria sido encomendada por vingança. A execução foi bem no centro de Herval, na praça da ferroviária, ao lado da estação, que era um ponto muito movimentado na época. Um crime cruel, no qual o Oscar teve a cabeça arrancada com um golpe de arma cortante e jogada no rio. O corpo foi enterrado no mesmo local onde repousa até hoje. Esta descrição está nos relatos de várias pessoas que nós ouvimos. Os anos se passaram tudo foi quase esquecido, mas uma família se encarregou de manter o túmulo conservado, o que permitiu manter viva esta história.
A guardiã do túmulo e da memória de Oscar
Há 60 anos a dona Cleonice Ramos foi morar com a família em um terreno próximo ao túmulo do Oscar. Desde então, convive com a história do desconhecido. A mãe dela tratou de conservar o túmulo e depois passou a responsabilidade para a filha. Desde que recebeu esta missão, ela cuida de limpar o terreno e a lápide. Com base no que ouviu dos pais e também num relato do ex-prefeito de Herval, Alcides Saraiva, dona Cleo foi a responsável por esclarecer os fatos que levaram a morte e ao sepultamento do Oscar no local.
A morte dele teria sido encomendada pelo capitão que comandava a polícia, por vingança. Segundo o que meu pai contou e que está nos relatos escritos em um jornal pelo seu Alcides Saraiva, um tal Adão teria sido contratado para matar o Oscar. Adão era um jagunço e ele cometeu o crime, cortando a cabeça do Oscar e depois jogando no Rio do Peixe. Revela Cleo.
A mãe de dona Cleo teria visto num sonho o Oscar coberto de luz, como uma alma boa e falou para a filha que ela teria que seguir zelando pelo túmulo.
Todos os dias de finados eu venho aqui e limpo o túmulo, coloco flores e cuido. Recentemente o proprietário fechou o local com uma cerca e pedi para ele deixar o Oscar aqui. Ele aceitou e agradeço muito por isso. A minha missão é cuidar do túmulo e quando eu não estiver mais aqui já pedi para meus filhos fazerem isso.
É difícil precisar com exatidão as datas dos fatos e também como tudo aconteceu. O que é possível saber é que a memória do Oscar seguirá viva graças a dona Cleo e sua família. Uma história de dedicação que tem só um objetivo, preservar uma parte da história de Herval e da região.
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